Vida Consagrada: Secularização levanta «novas interrogações» para comunidades cristãs

39.º encontro nacional, em Fátima, aborda desafios levantados por transformações sociais e tecnológicas

Lisboa, 09 fev 2024 (Ecclesia) – O presidente da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP) considera que a “fortíssima secularização” do mundo atual leva os cristãos a avançar para “novas interrogações” e a tentar responder “aos desafios apresentados”.

“A vida consagrada não pode ficar alheada de todas essas transformações porque elas incluem, naturalmente, a transformação dentro da própria vida consagrada”, disse à Agência ECCLESIA o padre Adelino Ascenso.

O Centro Pastoral Paulo VI, em Fátima, vai acolher entre sábado e terça-feira o 39.º encontro nacional da vida consagrada, com o tema ‘Desafios da sociedade atual à vida consagrada’, que pretende responder “às interrogações e desafios” que o mundo coloca.

A CIRP é constituída por 132 institutos (94 femininos e 38 masculinos) e, apesar das dificuldades que “são inerentes a todos os institutos – o envelhecimento dos seus membros, a falta de vocações, um certo desencanto e uma autocomiseração -, tem de estar “com as portas do coração escancaradas para entrar no mundo e tentar, a partir dessa entrada no próprio mundo, ser fermento no seu interior”.

“Se bem que talvez seja bom frisar que a vida consagrada, os candidatos à vida consagrada, não são pessoas clinicamente puras porque todos nós temos as nossas dificuldades, os nossos conflitos interiores e exteriores”, acrescentou o presidente da CIRP.

Para o padre Adelino Ascenso, as pessoas têm um anseio de se encontrar “com o transcendente”.

“Todos nós, sejamos religiosos ou não, sejamos vida consagrada, cristãos, ateus, sejamos o que formos de nomenclatura, todos nós temos a fagulha divina”, disse o padre Adelino Ascenso ao Programa ECCLESIA, hoje emitido na RTP2.

As dificuldades devem ser uma oportunidade porque qualquer “crise é uma oportunidade”.

Um desafio é sempre uma “possibilidade de se avançar”, porque se “as pessoas estagnarem, retrocedem e o mundo continua a caminhar”.

“Nós temos que avançar destemidamente”, frisou o responsável da Sociedade Missionária da Boa Nova.

Ao longo dos quatro dias, os participantes do encontro vão refletir sobre “alguns desafios”, incluindo a evolução do digital e da inteligência artificial, acrescentou o padre Adelino Ascenso.

HM/LFS/OC

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Agência ECCLESIA

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