Presença da congregação, envolvida em diferentes culturas e problemas sociais, em destaque no programa «70×7»
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Setúbal, 07 ago 2021 (Ecclesia) – Os Missionários de São Carlos (Scalabrinianos) celebram, este ano, o cinquentenário da sua presença em Portugal, que é apresentada como “uma grande escola de acolhimento”, particularmente junto dos migrantes.
“Nós não viemos para ocupar o lugar de outro viemos só para estar ao lado e inseridos dentro da história portuguesa, para melhor servir os migrantes, este foi um capítulo muito interessante porque a congregação já tinha mais de cem anos de vida”, refere o padre Pio Fantinato à Agência ECCLESIA.
Os Missionários Scalabrinianos, fundados pelo bispo João Batista Scalabrini, chegaram à margem sul em 1971, na Amora, Concelho do Seixal e Diocese de Setúbal; ali se fixaram e iniciaram a sua ação, que trazia já o “conhecimento profundo das comunidades portuguesas emigradas”.
“Naquela época de colonização muitos jovens fugiam, sobretudo para a França e outros países, por causa da Guerra colonial e não tinham missões próprias, então bates às portas das missões italianas daí que os italianos Missionários Scalabrinianos despertaram para esta questão, e os italianos perceberam que as migrações têm uma identidade própria muito ligada à cultura e à história”, explica o missionário.
Com a evolução e circunstâncias diferentes nestes 50 anos, os missionários prestam auxílio social à comunidade para procurar alcançar as fragilidades, nasceu uma nova igreja para conseguir albergar todos os que querem celebrar a fé e o Centro de Assistência Paroquial de Amora é outro rosto do auxílio social estruturado.
Também o Seminário Scalabrini em Amora, que nasceu em 1991, epicentro do trabalho missionário, se tornou na casa de formação e centro pastoral, espaço que “guarda também um centro de documentação” sobre as movimentações migrantes em vários países e tudo o que se relaciona com o envolvimento destes missionários com migrantes.
Natural da Amora, Eugénia Quaresma, atual diretora da Obra Católica Portuguesa de Migrações, fez todo o percurso de fé na paróquia e enaltece o trabalho dos sacerdotes.
“Foi em 1971 que, através dos serviços da Conferência Episcopal Portuguesa, que os missionários chegaram cá e perceberam que seria aqui, na margem sul, um o bom local para se fixarem e, em boa hora se fixaram porque nos dão uma escola muito bonita do que é acolher”, disse.
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Cinco décadas ao lado dos mais frágeis que gerou fruto abundante numa Igreja que se conjuga na solidariedade, nas culturas e na clareza de um cristianismo de proximidade.
“Milagres não fazemos, às vezes eu penso que o valor maior dessa casa e da presença Scalabriana é recordar como a sociedade de modo especial na Igreja Católica no caso o nosso e as outras pessoas que batiam à nossa porta e que, dentro das possibilidades sempre se prestaram a este serviço de ajudar”, refere o padre Pio Fantinato.
A Congregação dos Missionários de São Carlos, fundada em Itália, em 1887 pelo espírito missionário do Beato João Baptista Scalabrini, bispo e apóstolo dos migrantes, “abriu-se do mundo à emigração portuguesa desde os anos 70, de forma espontânea e gradual”, atualmente conta com seis sacerdotes em Portugal.
HM/SN