Vida Consagrada: Religiosos são para «a Igreja e para o mundo» – irmã Laura Neves, Hospitaleira do Sagrado Coração de Jesus

«Consagrados: fiéis e felizes?» é a proposta da Igreja católica para a Semana da Vida Consagrada

Foto: Agência ECCLESIA/HM

Lisboa, 01 fev 2021 (Ecclesia) – A irmã Laura Neves, religiosa Hospitaleira do Sagrado Coração de Jesus, disse hoje que a vocação consagrada se concretiza no mundo, numa dimensão “social” e também “eclesial”.

“Ao realizar uma vocação consagrada não estamos afastadas do mundo e da Igreja, mas vivemos neles. A vocação consagrada tem uma dimensão social e eclesial, e é ai que somos como consagrados”, explica a religiosa à Agência ECCLESIA.

A Igreja católica está a assinalar a Semana da Vida Consagrada, entre os dias 26 de janeiro e 2 de fevereiro, e tem por tema este ano “Consagrados: fiéis e felizes?”

A irmã Laura Neves, que em 1978 contactou pela primeira vez com a congregação das irmãs Hospitaleiras, assinala a pertinência destes dias “destinados a toda a Igreja”, através de “celebrações e catequeses” que procuram ajudar a “consciencializar as comunidades” para “o nascer de vocações, a consolidar, acompanhar, valorizar e a mostrar a necessidade da sua existência”.

“A vocação nasce no seio da família, no seio da Igreja e é (que) se concretiza na Igreja e no mundo, é ai que ela ganha corpo”, indica ao programa Ecclesia hoje emitido na Antena 1.

Segundo a religiosa, a vocação consagrada tem de ser evangelizadora e alegre, ou corre o risco de não ser atrativa.

“Se não for a alegre não é atrativa. O que me atraiu foi a alegria das irmãs. É uma das nossas características, ou procuramos que seja: no mundo do sofrimento levar a alegria e a esperança, em especial nos dias que vivemos hoje. Não é fácil mas é fundamental manter esta atitude”, sublinha a religiosa.

O carisma das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus procura manifestar a misericórdia e a compaixão junto das pessoas com doença mental, sobretudo os mais pobres e tem como missão prestar cuidados de saúde, no âmbito da saúde mental e Psiquiatria, segundo um modelo integral em sintonia com os valores e princípios da hospitalidade.

“Procuramos ser o rosto visível de Cristo às pessoas que atendemos, a fazer presente o Cristo misericordioso do Evangelho, o Cristo que se aproxima dos doentes e os cura”, indica.

A missão da congregação é concretizada com a ajuda de trabalhadores e de pessoas que participam no carisma hospitaleiro.

“Cada vez somos menos e não o fazemos sozinhas. Há muitas pessoas a participar na missão hospitaleira. E assim queremos fazer participantes quem trabalha connosco seja participante no carisma, tornando este trabalho uma missão com os valores do Evangelho”, reconhece.

O tempo de pandemia está a trazer “muitos desafios” ao trabalho das irmãs, uma vez que fez diminuir o número de voluntários, no entanto a congregação procura manter ligação com todos através das redes sociais e encontros online num clima de “família hospitaleira”.

“Nos dias 21 promovemos um encontro que é o dia da vocação hospitaleira – que não se esgota na vida consagrada – para todos os que participam neste carisma. E tem-se procurado manter iniciativas para manter viva a união e fazer com que os doentes sintam isso”, valoriza.

Na Semana do Consagrado conversamos com a irmã Laura Neves, religiosa Hospitaleira do Sagrado Coração de Jesus, que fala do seu percurso vocacional, do trabalho com os doentes em saúde mental e sobre os desafios que a pandemia veio lançar à missão da congregação.

HM/LS

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Agência ECCLESIA

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