Padre Adelino Ascenso propõe «calma, diálogo e compreensão» para definir novos rumos
Lisboa, 22 out 2014 (Ecclesia) – O novo superior geral da Sociedade dos Missionários da Boa Nova, o padre Adelino Ascenso, explicou à Agência ECCLESIA os desafios do instituto religioso como o número sacerdotes, com as vocações, a vivência do carisma e a alegria de evangelizar.
“Temos de agir repensando muito bem os nossos campos de missão porque temos um número excessivo de serviços para o número de membros. Temos de pensar no redimensionamento dos nossos campos de missão com calma, diálogo e compreensão”, começou por explicar o novo superior geral para o quadriénio 2014-2018.
O sacerdote, que era missionário no Japão desde 1998, revela que outro desafio identificado pelo padre Adelino Ascenso é a aposta na formação porque no futuro prevê que vão ser “constituídos por pequeninas células com algum significado” e é preciso terem “consciência” desta situação.
“Aprofundar o nosso carisma no sentido profundo do termo, não longitudinal, mas pensar como estamos a cumprir o nosso carisma e desenvolver muito fortemente a dimensão da humanidade”, desenvolveu.
O novo superior geral da Sociedade dos Missionários da Boa Nova considera que os membros têm de humanizar-se “muito mais”, porque é pela fraternidade que podem “caminhar juntos”.
“Somos pequenas células do mesmo corpo mas tem de haver diálogo, fraternidade, compreensão”, frisa o entrevistado.
Para o padre Adelino Ascenso, a apostar na pastoral vocacional “é uma prioridade fundamental” porque senão “não há missionários consagrados”.
A alegria, uma tónica reforçada desde a exortação apostólica do Papa Francisco – A Alegria do Evangelho – para o padre Adelino Ascenso “não pode ser superficial” mas “genuína”
“Quando não a sentimos devemos lutar mais para a conquistar, se não houver essa alegria genuína tornamo-nos sisudos, rabugentos e não transmitimos a chama que é necessário transmitir”, concluiu.
Na XII Assembleia Geral que elegeu o sacerdote como novo superior geral da Sociedade Missionaria da Boa Nova também foram eleitos os restantes membros da nova direção geral para o próximo quadriénio, composta pelos padres Manuel Jerónimo Nunes, Aires Augusto Nascimento, Augusto Farias, Luís Miguel Pereira de Castro.
A Sociedade Missionária da Boa Nova tem atualmente 106 membros que trabalham em Portugal, Moçambique (desde 1937), Angola (desde 1970), Brasil (desde 1970), Zâmbia (desde 1980) e Japão (desde 1998).
Inicialmente denominada Sociedade Portuguesa das Missões Católicas, foi fundada pelo Papa Pio XI, em 1930, respondendo ao apelo dos bispos portugueses.
Esta é uma Sociedade de Vida Apostólica exclusivamente missionária, que depende da Congregação para a Evangelização dos Povos, do Vaticano.
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