Lisboa, 12 fev 2021 (Ecclesia) – A família monástica de Belém da Assunção da Virgem e de São Bruno, mais conhecida como Monjas de Belém, decidiu criar um gabinete de escuta que permita “melhorar o acolhimento e a escuta das pessoas que foram feridas”.
Em comunicado, as religiosas informam quem estão a rever as suas constituições e estatutos que orientam 29 mosteiros distribuídos por 15 países, entre os quais Portugal.
“Nos últimos anos, sobretudo em França, algumas irmãs que deixaram a comunidade queixaram-se de pressão psicológica, o que levou a que o Papa tenha decidido que fosse feita uma visita apostólica aos mosteiros”, refere a Rádio Renascença.
O instituto foi fundado em 1950 e tem cerca de 550 irmãs, que vivem uma vocação de silêncio e oração.
O Conselho Permanente das Monjas decidiu empreender o que chama de “trabalho de verdade e de reforma”, com a “tomada de consciência progressiva e dolorosa das consequências que, em algumas irmãs, teve uma conceção de autoridade idealizada, ou fundada numa má compreensão da obediência monástica, conduzindo a abusos de autoridade ou de consciência e a dependências afetivas”.
As responsáveis da família pedem “perdão” e esperam recolher testemunhos, através do novo gabinete de escuta, “de modo a ser feita justiça às vítimas”.
OC