Religiosas apresentaram vida de oração e trabalho do Mosteiro de Santa Escolástica, no programa «70×7»
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Santo Tirso, 31 jul 2021 (Ecclesia) – As monjas Beneditinas do Mosteiro de Santa Escolástica, em Roriz, tentam “viver do essencial, do que é mais importante”, numa clausura o confinamento não é novidade mas o coronavírus “entrou de várias maneiras” na vida destas religiosas.
“As irmãs passaram mal por causa das idades, cada uma foi afetada de uma maneira diferente. Tivemos uma ajuda verdadeira incrível das pessoas aqui à volta, ainda hoje me comove a maneira como fizeram o possível e imaginário”, disse a prioresa do mosteiro Beneditino na Diocese do Porto, no Concelho de Santo Tirso.
À Agência ECCLEISA, a irmã Maria do Carmo Tovar realça que as pessoas “não podiam ter feito mais” para apoiar as religiosas atingidas pelo coronavirus pandemia Covid-19, incluindo a Junta de Freguesia de Roriz e o lar.
“No geral pensamos que temos de ajudar e estávamos no outro extremo das ajudas e foi incrível. Percebemos as nossas fragilidades e como é que Deus nos fala através das nossas fragilidades, como temos que nos habituar a não ter nada por garantido e a fazer o máximo com aquilo que temos”, desenvolveu.
A irmã Maria da Graça, enfermeira de formação e da comunidade, refere que “não sabem bem” qual foi a fonte de contágio e das 15 religiosas ficaram quase “todas contaminadas”, exceto duas, uma religiosa que está acamada e outra que é ermita.
“A experiência foi muito, muito rica. Ajudou-me muito a ver o mundo e a vida como algo muito precário”, recordou.
Segundo a irmã Maria da Graça, em relação ao confinamento, a vida no mosteiro “decorre praticamente como habitual”, a não ser as máscaras que são úteis mas “bastante incómodas”.
“Não foi muito diferente da maneira que vivemos habitualmente porque procuramos os espaços mais ermos, ‘desérticos’, para aprofundar a vida interior, a vida em Deus”, acrescentou.
A prioresa do Mosteiro de Santa Escolástica explica que a vida das Beneditinas “é o mais simples possível”, tentam “viver do essencial, do que é mais importante e deixar o resto”, por isso, rezam, comem, trabalham e dormem.
“Somos feitas para louvar a Deus, para agradecer as maravilhas do universo e para rezar por toda a gente que não pode, que não sabe, pelos que estão tristes, pelos que estão alegres, por todo o mundo”, acrescenta.
Dos trabalhos realizados neste mosteiro destacam-se as famosas bolachas, que é a “maior fonte de rendimento” das religiosas, fazem também compotas, têm a parte do acolhimento, “mais para atender as necessidades das pessoas”, e fazem os serviços normais do dia-a-dia de uma casa: Lavar a roupa e passar a ferro, limpar os quartos, “atender as irmãs mais idosas que precisam de ajuda”, fazer almoço e jantar.
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A irmã Maria Lúcia há 30 anos que se dedica à confeção das ‘especialidades claustrais’, seis variedades de bolachas, como côco, pão de amêndoa, sablé, areada, lagartos, e ainda os bolos de mel, e “o segredo é ser bem feito” porque tudo “leva o seu tempo”.
Segundo a religiosa, “é raro o dia em que não” recebem pessoas no mosteiro para comprar esta doçaria, ou telefonam a pedir informações, mas “as maiores vendas são no Natal”.
“Começam nos princípios de novembro quase até janeiro, isso é que é difícil: Há muita procura e os braços não são muitos mas procuramos alguém que ajude, a maioria tem de ser por encomenda, nem que sejam duas caixas”, refere a irmã Maria Lúcia
A biblioteca num mosteiro “é muito importante” e a “a leitura enriquecedora”, em Roriz ocupa um espaço novo há poucos anos, para além da Palavra de Deus, as religiosas têm a “necessidade de ter outras leituras”, por isso, a variedade temática é grande, como assinala a irmã Cristina Carneiro, a bibliotecária.
A hospedaria é outro ponto de interesse no Mosteiro de Santa Escolástica, que as Monjas Beneditinas da Rainha dos Apóstolos apresentam no programa ’70×7′, deste domingo, 1 de agosto, pelas 17h40, na RTP2.
HM/CB/OC
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