34ª semana de estudos sobre a Vida Consagrada decorre em Fátima, até 5 de março, sob o tema “O desafio da santidade no mundo atual”
Fátima, 02 mar 2019 (Ecclesia) – D. José Tolentino Mendonça fez a conferência de abertura da Semana de Estudos sobre a Vida Consagrada, este sábados, e considera a santidade “uma lente que amplia” o chamamento de cada um.
“A santidade dá a conhecer a misericórdia de Deus que dá a capacidade de reconstruir o ser humano. É uma lente que amplia, nos santos vemos claramente, os modelos e exemplos de vida, porque neles é transparente aquilo a que todos somos chamados, uma lente que nos ajuda a perceber melhor os dinamismos de Deus na História, afirmou em entrevista à Agência ECCLESIA.
O arquivista e bibliotecário da Santa Sé proferiu uma conferência intitulada “O chamamento à santidade na Sagrada Escritura” onde referiu as diferenças encontradas sobre a santidade no Antigo e no Novo Testamento.
“Antigamente a santidade mantinha na linha de separação entre o puro e impuro, o sagrado e ordinário, no novo testamento há uma viragem e a santidade torna-se aproximação, vizinhança de Deus”, acrescentou.
Esta 34ª semana de estudos, que decorre até dia 05 de março, reúne consagrados de vários institutos religiosos sob o tema “O desafio da santidade no mundo atual”.
O padre José Agostinho, provincial dos sacerdotes dehonianos, defende que a santidade é mais difícil atualmente, devido às muitas solicitações que o mundo tem.
“Há mais solicitações e o mundo espera de nós (consagrados) essa profecia e o acreditar”, considera.
Já para o bispo emérito de Beja e carmelita, D. António Vitalino, é necessária a “oração e atenção uns aos outros”.
“Depende do que se entende por santidade, mesmo sujando as mãos também se pode ser santo, temos de estar atentos uns aos outros, rezar por todos os religiosos e cuidar do apostolado”, aponta.
Quanto à falta de vocações que cada vez mais as ordens religiosas vão sentindo D. António Vitalino entende que tem de haver mais tempo para ler as “páginas duras do evangelho”.
“Os jovens têm muitas atrações e as páginas do evangelho são muito duras, embora nas redes sociais também lá estejam mas lêem-se de relance e há tanto que pode interpelar e tocar o coração”, defende o prelado.
José Eduardo Borges de Pinho, João Duque, Alzira Santos, Isidro Lamelas, Ana Paula Conceição, Eduardo Durque, Margarida Gonçalves Neto, Jerónimo Trigo e David Samapio Barbosa são os autores das conferências da Semana de Estudos, que decorre em Fátima, no Centro Paulo VI, nos dias 3 e 4 de março.
No último dia da Semana de Estudos, a 5 de março, D. António Couto faz duas conferências, a primeira sobre “Santidade e missão” e a segunda sobre o tema “Santa Maria, rosto belo da Igreja”.
LFS/SN