Francisco, nos 400 anos da Congregação da Missão, incentiva a «refletir sobre o legado espiritual, o zelo apostólico e o cuidado pastoral» que São Vicente de Paulo transmitiu à Igreja universal
Cidade do Vaticano, 21 jan 2025 (Ecclesia) – O Papa Francisco assinalou os 400 anos da fundação da Congregação da Missão (Vicentinos), que se celebram em 2025, com uma carta onde destaca quatro séculos “convertendo corações e mentes a Cristo” com apostolados e obras de caridade.
“Espero que as celebrações do quarto centenário destaquem a importância da conceção de São Vicente de servir a Cristo nos pobres para a renovação da Igreja do nosso tempo, no seguimento missionário e na ajuda aos necessitados e abandonados nas muitas periferias do nosso mundo e nas margens de uma cultura superficial e ‘descartável’”, escreve o Papa na carta divulgada pela congregação religiosa, esta segunda-feira, dia 20 de janeiro.
A Congregação da Missão está a celebrar 400 anos da sua fundação em 2025, foi fundada por São Vicente de Paulo (1581-1660) no século XVII, em Paris (França); Francisco destaca que o carisma do ‘Santo da Caridade’, que a Igreja Católica celebra no dia 27 de setembro, se tem expandido pelo mundo inteiro durante estes 400 anos ““convertendo corações e mentes a Cristo” com apostolados e obras de caridade.
É oportuno refletir sobre o legado espiritual, o zelo apostólico e o cuidado pastoral que São Vicente de Paulo transmitiu à Igreja universal. A lista daqueles que assimilaram a espiritualidade vicentina e a viveram heroicamente ao longo dos anos é longa e abrange todos os continentes”.
O Papa estimula a Família Vicentina a continuar a servir “Cristo nos pobres para a renovação da Igreja” deste tempo e a ajudar os necessitados e abandonados “às margens de uma cultura superficial e ‘descartável’”.
Francisco assinala que a Família Vicentina “continua a iniciar obras de caridade, a empreender novas missões e a ajudar na formação do clero e dos leigos”, com “mais de 100 ramos de sacerdotes, irmãos, irmãs, leigos e homens” que constituem atualmente a Família Vicentina.
“A Sociedade de São Vicente de Paulo, fundada em 1833 pelo Beato Frédéric Ozanam, tornou-se uma força extraordinária para o bem a serviço dos pobres, com centenas de milhares de membros em todo o mundo”, destacou, sobre as Conferências Vicentinas que atualizaram este carisma no século XIX.
A carta do Papa, escrita no contexto dos 400 anos de fundação da Congregação da Missão por São Vicente de Paulo foi enviada ao superior-geral dos Vicentinos, o padre Tomaž Mavrič, e Francisco recorda as origens da congregação religiosa enraizadas “na profunda experiência pessoal de São Vicente de Paulo”, naquele “‘fogo de amor’ que ardia no coração do Filho de Deus encarnado” e que o levou a identificar-se com os pobres e os marginalizados.
Francisco observa que para além da missão dedicada aos pobres e aos doentes, a partir de 1628, os Vicentinos também começaram a dedicar-se à formação do clero, uma “obra, tão necessária para a reforma e a renovação da Igreja na França do século XVII, cresceu e floresceu”.
“Na época da morte do santo, 20 seminários tinham sido fundados e 12 mil jovens participado de retiros em preparação à ordenação sacerdotal”, contabilizou o Papa na sua carta, sobre a ação de São Vicente de Paulo que também fundou a Companhia das Filhas da Caridade.
Em Portugal, com uma presença de mais de três séculos, os Padres Vicentinos colaboram “em várias dioceses”, através das missões populares, da formação do clero e dos leigos, do acompanhamento das associações e movimentos da Família Vicentina que se dedicam à pastoral caritativa, e dos vários serviços nas comunidades paroquiais.
A Província Portuguesa da Congregação da Missão (PPCM) está a viver o Projeto Provincial 2023/2026, centrado nos objetivos ‘Vocação – Revitalização – Celebração’, com 10 linhas de ação, que “concretiza” as conclusões da Assembleia Geral desta congregação religiosa, realizada em 2022.
A Conferência Episcopal Portuguesa, através da sua 190.ª assembleia plenária, no dia 10 de novembro de 2016, publicou uma Nota Pastoral de reconhecimento dedicada à Congregação da Missão.
CB/OC