Alto Minho recebe 15ª etapa da passagem da Cruz dos jovens e do ícone mariano, a caminho de Lisboa 2023
Viana do Castelo, 30 dez 2022 (Ecclesia) – A Diocese de Viana do Castelo recebeu esta quinta-feira os símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), a cruz e o ícone mariano, assumindo o desafio de “abrir as comunidades aos jovens”.
“Espero que fique na história, com bons resultados, que seja uma grande interpelação, à sociedade e à diocese, sobretudo aos jovens. Que seja um despertar e eles não se acomodem às realidades em que estamos a viver, porque há muito a modificar”, afirmou D. João Lavrador, bispo diocesano, à Agência ECCLESIA.
O responsável destaca a “tradição” da JMJ, criada por João Paulo II, continuada pelo Papa emérito Bento XVI e que conhecem, com o Papa Francisco, um novo “impulso”, pela sua proximidade, convidando os jovens a ser “protagonistas da renovação da Igreja” e da construção de uma “nova humanidade”.
Para D. João Lavrador, a JMJ 2023 será um acontecimento “importantíssimo” para a construção da paz, porque Portugal vai acolher jovens de todo o mundo, “com muitas culturas e nacionalidades”, desafiando a partilhar “a mesma fé”.
“Assim construiremos a paz, no respeito uns pelos outros, unindo-nos em valores essenciais”, acrescenta.
A chuva acompanhou os primeiros momentos da chegada dos símbolos, na tarde de quinta-feira, alterando os planos previstos pelo Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil de Viana do Castelo.
As condições meteorológicas não permitiram a realização de uma procissão com os andores de Nossa Senhora d’Agonia e de São Bartolomeu dos Mártires, mas os pescadores puderam fazer-se ao Rio Lima, local escolhido para a passagem de testemunho, acompanhada por muitas pessoas com os tradicionais trajes minhotos e grupos de jovens, numa representação da “vitalidade” da diocese, sublinha D. João Lavrador.
Depois da cerimónia de receção dos símbolos, no Centro Cultural de Viana do Castelo, a Cruz peregrina e o ícone de Nossa Senhora ‘Salus Populi Romani’ passaram a noite junto a um dos patronos da JMJ 2023, São Bartolomeu dos Mártires, na igreja de São Domingos.
O bispo de Viana do Castelo agradeceu pelo trabalho “único” do Comité Organizador Diocesano (COD) para a JMJ 2023, desejando que a dinâmica gerada possa levar ao encontro dos jovens que “ainda não estão interpelados, a partir de uma Pastora Juvenil integradora”.
O responsável assume a intenção de promover, após o encontro de Lisboa (01-06 de agosto de 2023), uma “plataforma de diálogo” com os jovens, em sinodalidade, como pede o Papa, projetando uma “participação muito ativa” das novas gerações na vida pastoral da diocese.
O padre Domingos Meira, diretor da Pastoral Juvenil da Diocese de Viana do Castelo, assumiu à Agência ECCLESIA que a espera foi “longa” e as pessoas estão “ansiosas” para viver esta peregrinação.
“Temos um programa muito cheio, porque a vontade é essa, encher a agenda”, aponta, referindo que há várias instituições que ainda procuram a organização.
O responsável diz ainda que mais de 500 jovens já se inscreveram, “numa primeira fase”, na JMJ Lisboa 2023, procurando aproveitar o valor do desconto que está em vigor até final de 2022.
O diretor da Pastoral Juvenil da Diocese de Viana do Castelo espera que, após a passagem dos símbolos, mais jovens queiram participar e a comunidade queira “acolher com alegria” quem vier de outros países.
“Os jovens sentem necessidade de criar grupo, para participar, e isso é bom. Temos de aproveitar esta avalanche, diríamos, da Jornada Mundial da Juventude”, conclui.
Esta sexta-feira, depois de uma vigília de oração, o padre e DJ Guilherme Peixoto vai estar presente, no Largo das Neves, subindo depois ao palco o DJ Black Alive.
Segundo o programa, no último dia do ano de 2022, os símbolos também vão estar na “festa típica” de São Silvestre, “com a tradição da bênção dos animais”, e “no templo do Sagrado Coração de Jesus, em Santa Luzia”, antes da passagem de ano para 2023 no Carmelo de Santa Teresinha.
Depois de passarem pela Diocese das Forças Armadas e de Segurança, a cruz e o ícone da JMJ vão estar na Diocese de Viana do Castelo até 29 de janeiro de 2023, percorrendo os 10 arciprestados [conjunto de paróquias] do território.
LFS/OC
O presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023 disse à Agência ECCLESIA que a passagem dos símbolos pelas dioceses portuguesas, desde outubro de 2021, tem revelado surpresas positivas. “A realidade do país, das paróquias, das comunidades, é muito diferente, para melhor, daquilo que é a perceção que temos, por vezes”, precisa D. Américo Aguiar. Para o responsável, as várias etapas desta peregrinação têm permitido um contacto próximo com os jovens, mais ou menos próximos da vida da Igreja, despertando muita “curiosidade” sobre o encontro mundial de 2023, em Lisboa. “É uma oportunidade única para a Igreja”, sustenta, falando num “atear do fogo” que leva à participação e ao empenho dos jovens, abanando “as estruturas, ou a sua ausência, de Pastoral Juvenil” nas comunidades paroquiais e diocesanas. O bispo auxiliar de Lisboa assume o objetivo de dar às novas gerações “vez e voz”, na próxima edição internacional da JMJ, para “acolher de verdade os seus sonhos e expectativas”. D. Américo Aguiar acompanhou a passagem dos símbolos pelas várias dioceses, destacando a descida do Douro e a chegada à Ribeira do Porto como “momentos únicos” desta vivência, bem como, mais longe das multidões, a chegada à ilha açoriana do Corvo. O presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023 agradece a cada Comité Organizador Diocesano (COD) pelo empenho demonstrado, num esforço “único” para que cada etapa da peregrinação tenha sido um sucesso. A primeira fase de inscrições conta, até ao momento, 360 mil pessoas, sobretudo por grupos portugueses e espanhóis. |
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