Iniciativa «intergeracional», este sábado e domingo, juntou mais de mil jovens, adultos e idosos
Viana do Castelo, 23 mai 2016 (Ecclesia) – A Diocese de Viana do Castelo envolveu este sábado e domingo cerca de mil jovens, adultos e idosos na primeira edição do “Campus Misericordiae”, iniciativa inserida neste Ano da Misericórdia.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, o padre Vasco Gonçalves, vigário episcopal da Evangelização e Doutrina da Fé, destaca a importância de fazer “renascer” a comunidade local “como Igreja comprometida, que vai ao encontro do mundo de hoje e quer ser rosto da misericórdia”.
Num evento “intergeracional”, com participantes dos 15 aos 90 anos, houve tempo para o convívio e para a música de inspiração cristã, para a “atenção aos mais frágeis”, e para a formação e oração.
“Se não apostarmos na formação, não só das crianças e adolescentes mas também dos adultos, nunca chegaremos a renovar esta nossa Igreja”, frisa o sacerdote, para quem “o lado emotivo” da fé “é importante” mas é preciso criar espaço para uma “fé refletida”.
Uma fé que vá além das “tradições” e que permita contrariar a “secularização da sociedade”.
Muitas vezes, realça o padre Vasco Gonçalves, “pressupomos” que o contexto onde estamos “ainda tem algo de fé” quando “afinal não tem nada a ver com o Evangelho, na vida não tem uma ação concreta”.
É preciso “construir este homem novo, iluminado pelo rosto da misericórdia de Deus”, frisa aquele responsável.
Durante os dois dias do “Campus Misericordiae”, no Centro Pastoral Paulo VI, em Darque, os participantes tiveram acesso a diversos workshops, visitaram instituições de caridade e pessoas mais necessitadas, viveram tempos de vigília e de reconciliação.
Juntaram-se todos ainda para uma peregrinação até à Catedral de Viana do Castelo, designada como “porta santa” no contexto do Jubileu da Misericórdia.
Nessa caminhada, passaram pelo Rio Lima, cuja água simboliza a “purificação” e o “batismo” mas também o “esquecer do Homem velho, de uma diocese que também tem as suas fragilidades”, apontou o padre Vasco Gonçalves.
Para a professora Lígia Pereira, que integrou a organização do Campus, foi motivo de esperança ver tantos jovens presentes, “com muita vontade de lutar e viver uma Igreja com força de missão e que chegue a todos”.
A docente dá como exemplo uma realidade que bem conhece, da disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica.
“Muitos dos alunos que temos, é mesmo por uma opção pessoal, a partir dos 16 anos são eles que escolhem e que preferem lá estar, alguns sem serem batizados mas continuam a optar e querem ir por aquele caminho, estar nas aulas, e assim se afirmam”, complementa.
O “Campus Misericordiae” encerrou com uma celebração eucarística na Sé de Viana do Castelo, presidida pelo bispo local, D. Anacleto de Oliveira, e que incluiu a unção dos doentes e uma celebração jubilar de casais.
LFS/JCP