D. Anacleto Oliveira lembrou que peregrinação «nasceu de um voto feito em plena epidemia, a febre pneumónica»
Viana do Castelo, 22 jun 2020 (Ecclesia) – O bispo de Viana do Castelo presidiu este domingo à peregrinação ao Sagrado Coração de Jesus, no monte de Santa Luzia, lembrando que a mesma “nasceu de um voto feito em plena febre pneumónica”.
“Esta peregrinação nasceu de um voto feito em plena epidemia, a febre pneumónica, que dizimou tanta gente. Sinceramente, nunca imaginei que passados cem anos pudéssemos estar impedidos de a realizar precisamente pela mesma razão que esteve na sua origem. O que significará isto?”, refletiu D. Anacleto Oliveira, numa Missa presidida no Parque das Tílias.
Segundo informação enviada à Agência ECCLESIA, pelo Secretariado de Comunicação Social de Viana do Castelo, o bispo diocesano afirmou que têm de viver a peregrinação com “uma prece sentida ao Senhor” para que livre da pandemia Covid-19 que “impede de retomar a normalidade”, “o mesmo espírito com que ela nasceu” em 1918.
“Deus age através de nós”, acrescentou D. Anacleto Oliveira.
O bispo de Viana do Castelo explicou que Deus quer, acima de tudo, que “não matem a alma”, isto é, “não deixar morrer a relação com Deus” mesmo num tempo em que é preciso “viver de uma forma diferente”.
“Não deixar que nos matem a alma é não deixar morrer a nossa relação com os outros, particularmente com quantos sofrem com esta pandemia, entre os quais os que passam fome, os que perderam entes queridos, os idosos que, nos lares, não podem ser visitados, sofrendo com a solidão”, desenvolveu.
O Secretariado de Comunicação Social de Viana do Castelo informa que o bispo diocesano pediu aos fiéis que cumpram as orientações das autoridades de saúde no contexto da pandemia de Covid-19 e lamentou os episódios de que fazem com que Portugal não seja hoje tão bom exemplo.
A Peregrinação Diocesana ao Sagrado Coração de Jesus de Viana do Castelo realiza-se desde 1918 no contexto da peste pneumónica e, este domingo, a celebração contou com a presença de centenas de fiéis, vários sacerdotes e o presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, José Maria Costa.
Na última sexta-feira, o D. Anacleto Oliveira elevou a santuário diocesano o templo consagrado ao Sagrado Coração de Jesus, no final da Missa celebrada na igreja no monte de Santa Luzia; dois dias antes, a Conferência Episcopal Portuguesa tinha aprovado a sua candidatura a Basílica menor.
CB/OC