Venezuela: Papa diz que está com «todo o povo que sofre»

Francisco alerta para perigo de «derramamento de sangue»

Lisboa, 28 jan 2019 (Ecclesia) – O Papa disse hoje que sofre com a crise que atinge a Venezuela, pedindo que se evite a todo o custo o “derramamento de sangue”.

“Eu apoio neste momento todo o povo venezuelano, porque é um povo que está a sofrer, de um lado e do outro, mas é todo o povo sofre”, assinalou, na viagem entre o Panamá e Roma, em conferência de imprensa.

Francisco recusou apoiar qualquer das partes na atual crise política, considerando que apoiar Maduro ou Guaidó seria “uma imprudência pastoral” e “causaria dano”.

“Sofro com o que se está a passar na Venezuela, neste momento. E por isso desejo que se ponham de acordo – não sei, talvez dizer ‘de acordo’ não esteja bem -, que encontrem uma solução justa e pacífica. O que me assusta é o derramamento de sangue. Peço grandeza para auxiliar aos que podem ajudar a resolver o problema”, apelou.

“Fico aterrorizado com o problema da violência”, confessou o Papa.

O Papa considerou que a sua posição é a de ser “pastor de todos”.

“E se necessitam de ajuda, que a peçam de comum acordo”, acrescentou.

Este domingo, no Panamá, o pontífice pediu uma solução “justa e pacífica” para a crise política na Venezuela, falando no final de uma visita à casa ‘O Bom Samaritano’.

“Pensei e repenseis as palavras e com elas manifestei a minha proximidade, o que sinto”, explicou, no voo de regresso ao Vaticano.

A Conferência Episcopal Venezuelana já manifestou o seu apoio a uma “mudança de rumo”, que passa por um “período de transição até à eleição de novas autoridades nacionais”.

Nicolás Maduro tomou posse para um novo mandato como presidente da Venezuela, no início de janeiro, depois de vencer as eleições antecipadas de 20 de maio de 2018, que foram boicotadas pela oposição.

No dia 23, o líder do Parlamento, o opositor Juan Guaidó, autoproclamou-se presidente interino do país.

OC

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