Venezuela: Conferência Episcopal apoia recontagem de votos das presidenciais para devolver «tranquilidade» ao país

Bispos temem consequências de «polarização política» após eleição do sucessor de Hugo Chávez

Caracas, 18 abr 2013 (Ecclesia) – A presidência da Conferência Episcopal da Venezuela (CEV) manifestou o seu apoio a uma recontagem de todos os votos das eleições presidenciais do último domingo, oficialmente ganhas por Nicolás Maduro, para devolver a “paz social”.

“A oposição solicitou ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE) uma auditoria de cem por cento dos votos”, recordam os bispos, para quem o pedido não “desmerece o labor” do CNE, antes “reforçaria a sua autoridade moral e daria tranquilidade à população”.

As eleições presidenciais de domingo deram a vitória a Maduro, com 50,75% dos votos, seguido pelo líder da oposição, Henrique Capriles, com 48,98%, segundo dados do CNE.

A diferença inferior a dois pontos percentuais levou Capriles a exigir uma recontagem voto a voto que tem sido recusada até agora pelas autoridades.

Os bispos recordam que o pedido da oposição foi aceite publicamente, num primeiro momento, pelo presidente eleito, e sublinham que a “margem muito estreita de diferença de votos” mantém a “aguda polarização política que afeta a sociedade venezuelana”.

“A paz social e política do país reclamam o reconhecimento recíproco destes dois setores maioritários do povo venezuelano, pois a desconsideração recíproca tornará inviáveis tanto os planos do Governo como os contributos alternativos da outra parte”, refere a nota da CEV.

O organismo episcopal lança um apelo à “convivência pacífica e à reconciliação”, oferecendo-se para “facilitar” o diálogo entre líderes políticos.

A CEV condena “todo o tipo de violência” e lamenta a morte de vários cidadãos na sequência dos confrontos que se seguiram às eleições, exigindo uma “investigação imparcial para punir os culpados”.

“O protesto justo e pacífico é um direito civil que não pode ser violado nem reprimido”, acrescenta o texto.

As presidenciais foram convocadas após a morte do anterior líder da Venezuela, Hugo Chávez, falecido a 5 de março.

OC

 

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