Venezuela: Cardeal diz que Guiadó representa «esperança do povo»

Tentativa de golpe de Estado gerou situação «muito confusa», diz D. Baltazar Porras

Foto: Lusa

Lisboa, 30 abr 2019 (Ecclesia) – O cardeal venezuelano Baltazar Porras, atual responsável pela Arquidiocese de Caracas, disse hoje que o regime de Nicolás Maduro perdeu “credibilidade, confiança e legitimidade”, vendo no presidente interino Juan Guaidó a “esperança do povo”.

O também arcebispo de Mérida, citado pela Renascença, fala numa “situação muito confusa” por falta de informação clara, depois da tentativa de golpe de Estado levada a cabo pela oposição, desde as primeiras horas desta terça-feira.

Para o cardeal Baltazar Porras, é necessário assegura que a solução para esta crise seja “rápida”, “pacífica” e garantida dentro do país, sem recurso a uma intervenção externa.

O responsável católico defende que Juan Guaidó “é neste momento, e tem sido, a esperança do povo de poder encontrar uma solução o mais pacífica possível para o bem-estar de todos, incluindo os seguidores do regime atual”.

O jornal do Vaticano, ‘L’Osservatore Romano’, fala na sua mais recente edição de “horas dramáticas” na Venezuela, dando conta dos desenvolvimentos que marcaram o dia no país sul-americano, em particular a libertação de Leopoldo López, um dos líderes da oposição.

“O 1 de maio, o fim definitivo de usurpação começou hoje”, disse Guaidó num vídeo publicado na sua conta na rede social Twitter, acompanhado por um grupo de soldados na base de La Carlota, a leste de Caracas.

Já o governo de Nicolás Maduro denunciou o que classificou como golpe de Estado de “um reduzido grupo de militares traidores”.

O ministro português dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, mostrou-se atento à situação e desejou que “todas as partes encontrem uma solução política pacífica na Venezuela”.

“O que tem sido sempre orientação da União Europeia e de Portugal é exortar todas as partes a encontrar uma solução pacífica, que possa desbloquear a situação de crise que hoje se vive na Venezuela”, assinalou, em declarações aos jornalistas.

OC

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