Vaticano: Um dia na vida de uma religiosa de clausura

O mosteiro Mater Ecclesiae (Mãe da Igreja), fundado a 13 de Maio de 1994, nasceu da ideia de João Paulo II de criar uma comunidade monástica de religiosas contemplativas dentro dos muros do Vaticano, para acompanhar, com a sua oração, a actividade do Papa e dos seus colaboradores na Cúria Romana.

O mosteiro é ocupado, a cada 5 anos, por um instituto diferente. Já passaram por ele carmelitas, beneditinas e clarissas.

“Acolhemos esta tarefa como um dom singular do Senhor”, assegurou ao Osservatore Romano a superiora da comunidade, María Begoña Sancho Herreros.

“Estamos conscientes de que não estamos preparadas para uma experiência tão especial. Como se trata de um dom de Deus, procuraremos que Ele mesmo nos sustente”.

Um dia no Mater Ecclesiae

As sete Irmãs da Visitação que ocupam o mosteiro desde Outubro, começam o dia às 5h20, terminando-o às 21h30.

As religiosas reservam grande parte do seu tempo à oração: liturgia das horas, missa, adoração ao Santíssimo Sacramento, recitação do rosário em comunidade, leitura e meditação de temas espirituais.

As monjas dedicam-se igualmente a diversos trabalhos, de acordo com as responsabilidades que lhes foram atribuídas.

O plano diário prevê dois momentos, chamados “de obediência”, para as eventuais comunicações que a superiora dirige à comunidade.

A seguir ao almoço e ao jantar, as irmãs desfrutam de momentos de descanso e recreação.

O dia só termina depois do exame de consciência e da oração que antecede o sono nocturno, denominada «Completas».

A irmã Maria afirmou que tanto ela como a sua comunidade descobrem uma missão específica dentro do Ano Sacerdotal: “Acolhê-los (os sacerdotes) quando vêm pedir orações ou contar-nos as suas dificuldades”.

A religiosa garante que fazem uma prece especial por eles todos os dias: “Pelos santos, pelos que são menos fervorosos, por aqueles que sofrem ou são tentados, pelos que nos ajudam com a sua vida exemplar, administrando os sacramentos”.

Inspiradas por São Francisco de Sales

As Irmãs da Visitação procuram ser fiéis ao carisma do seu fundador, São Francisco de Sales (1567-1622), que queria “que se substituísse a penitência exterior pela renúncia interior”.

“A congregação – escrevia o santo – não pretende outra coisa a não ser formar almas humildes”.

A irmã María Begoña, que antes já havia guiado o mosteiro de Burgos (Espanha), é religiosa há 30 anos. “Conforta-me saber que as minhas orações e o meu sacrifício recaem em benefício da Igreja e do mundo, que Deus as utiliza para aproximar os homens do seu coração”, revelou.

Ao recordar a história da sua vocação, exclamou: “De quantas graças eu me teria privado se tivesse dito ‘não’ ao Senhor!”.

A superiora referiu-se também ao seu amor a Maria, que é indispensável para a missão que realiza: “Há muitos anos, fiz um pacto com Ela, oferecendo-lhe tudo o que eu tinha, para que Ela o apresentasse ao Senhor e lhe pedisse o que Ela sabe que preciso”.

Com Zenit

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