Vaticano: Secretário de Estado presidiu a Missa pela saúde do Papa, desejando regresso «em breve»

Cardeal Pietro Parolin desafiou diplomatas dos cinco continentes a «desarmar a linguagem», para travar conflitos

Foto: Vatican Media

Cidade do Vaticano, 14 mar 2025 (Ecclesia) – O cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, presidiu hoje a uma Missa pelo Papa, na Capela Paulina do Palácio Apostólico, desejando que Francisco possa regressar “em breve”.

“Reunimo-nos em oração, esta manhã, pela intenção da saúde do Santo Padre, para que se possa restabelecer e voltar em breve, para junto de nós”, disse, perante os membros do corpo diplomático acreditado junto da Santa Sé.

A homilia da celebração, transmitida pelos canais do Vaticano, evocou o 12.º aniversário da eleição de Francisco, internado há um mês no Hospital Gemelli, de Roma.

“Queremos também recordar, uma vez que estamos imediatamente no dia seguinte, o 12.º aniversário da sua eleição para o papado, que celebrámos ontem. A nossa oração torna-se ainda mais intensa e mais viva”, referiu D. Pietro Parolin.

Perante responsáveis diplomáticos dos cinco continentes, o secretário de Estado do Vaticano convidou a “desarmar a linguagem”, afirmando que as guerras dos “sentimentos de ódio, de hostilidade”.

“As guerras que eclodem no mundo, as guerras que ensanguentam o nosso planeta e que nós, com a nossa diplomacia, tentamos evitar em primeiro lugar e depois, eventualmente, também resolver, concluir, não têm origem em campos de batalha. Se agora há campos de batalha – porque tudo se tornou um campo de batalha, até as cidades, até onde vivem os civis – é porque nascem aqui, nascem no coração do homem”, advertiu.

Nascem dos sentimentos de ódio, de hostilidade que carregamos em relação aos outros e, a partir daí, traduzem-se em atitudes de ódio e de hostilidade. A mão é armada pelo coração e a mão é também armada pela boca, porque já dissemos muitas vezes que, para procurar a paz, é preciso antes de mais desarmar a linguagem: não usar uma linguagem agressiva, não usar uma linguagem ofensiva para com os outros, porque é aí, recorda-nos o Senhor, que começa a guerra”.

O colaborador do Papa falou num “dever de reconciliação”, que leva a “mudar de atitude, deixar de lado qualquer estratégia de confronto e procurar abraçar os bons sentimentos”.

“Trata-se de passar da lógica do confronto para a da benevolência, começando precisamente por aqueles que estão contra nós, que talvez consideremos nossos inimigos. E isto, sublinha Jesus, tem de acontecer depressa”, sustentou.

“Purificada por esta palavra do Senhor, a nossa oração pela saúde do Santo Padre ganha um novo impulso para nos dirigirmos com confiança a quem dá todo o bem”, conclui o cardeal Parolin.

Francisco está internado no Gemelli, desde 14 de fevereiro, tendo sido diagnosticado com uma infeção polimicrobiana das vias respiratórias, que se agravou para uma pneumonia bilateral.

Esta manhã, no início do 29.º dia de hospitalização, o Vaticano informou que o Papa passou uma noite “tranquila”.

Francisco deixou de ter prognóstico reservado na última segunda-feira, após a estabilização da infeção respiratória, mas continua sem previsão de alta médica, dado que ainda necessita de tratamento em ambiente hospitalar, num quadro definido como “complexo”.

OC

Francisco/12.º aniversário: Encíclicas sociais, processo sinodal e atenção às periferias marcam pontificado (c/vídeo)

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