Vaticano: Secretário de Estado chega este sábado a Roma

D. Pietro Parolin falhou tomada de posse, há um mês, devido a problema de saúde

Cidade do Vaticano, 15 nov 2013 (Ecclesia) – O novo secretário de Estado do Vaticano, D. Pietro Parolin, vai chegar este sábado a Roma, após ter falhado a sua tomada de posse, a 15 de outubro, devido a um problema de saúde.

O anúncio foi feito esta terça-feira pelo antecessor do arcebispo italiano, D. Tarcisio Bertone, citado pelo portal de notícias do Vaticano, ‘news.va’.

O cardeal Bertone afirmou, na apresentação do livro sobre a “diplomacia pontifícia num mundo globalizado”, que a função de secretário de Estado, “que depois do Concílio Vaticano II se afastou e se tornou tão diferente da chamada ‘monarquia papal’, é a de ser colaborador, conselheiro e instrumento fiel de uma missão que vem do alto”.

D. Pietro Parolin, nomeado a 31 de agosto pelo Papa Francisco como secretário de Estado, era núncio apostólico (embaixador da Santa Sé) na Venezuela desde 2009, onde foi reconhecida a sua capacidade diplomática para dialogar com o governo de Caracas, junto dos presidentes Hugo Chávez e Nicolás Maduro.

Antes desta missão, o arcebispo italiano tinha passado sete anos no Vaticano como subsecretário para as relações com os Estados, uma espécie de vice-ministro dos Negócios Estrangeiros.

Nestas funções, assumiu os dossiês das negociações com o Vietname e Israel, para além dos contactos com a China, tendo sido ordenado bispo por Bento XVI em setembro de 2009.

O arcebispo italiano, de 58 anos, é o mais jovem a ocupar o cargo desde Eugenio Pacelli, o Papa Pio XII, que foi secretário de Estado entre 1930 e 1939.

D. Pietro Parolin foi submetido a uma pequena cirurgia no hospital universitário de Pádua e recuperou em Veneto (norte da Itália), sua terra natal.

Em entrevista ao jornal venezuelano ‘Diário Católico’, D. Pietro Parolin afirmou que a diplomacia da Santa Sé é respeitada por procurar a paz “para lá dos interesses nacionais” e que este esforço é “a sua razão de ser”.

“É preciso reinventar a forma de presença, mas o objetivo é sempre o mesmo”, explicou.

Carlos Zapata, jornalista venezuelano que entrevistou o novo secretário de Estado do Vaticano, refere à Agência ECCLESIA que o arcebispo italiano encontrou na Venezuela uma espécie de “clima de guerra” a que soube responder com “diálogo”.

“É um perito em construir pontes e obter o diálogo, mas não gosta de protagonismo, é um ator silencioso”, precisa.

Carlos Zapata fala numa pessoa “humilde”, que dá uma “atenção impressionante aos detalhes”, mesmo da vida pessoal de quem se encontra com ele, à imagem do Papa Francisco.

“É acessível: se recebêssemos um telefonema da Nunciatura, não falava uma secretaria, mas ele, diretamente, cumprimentando-nos. É uma pessoa muito especial”, conclui o jornalista.

OC

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