Vaticano: «Se não houver disponibilidade para a fraternidade, a missão evangélica não avança»  -Francisco

Papa alerta contra «ativismo pessoal» na Igreja

Foto: Vatican Media

Cidade do Vaticano, 03 jul 2022 (Ecclesia) – O Papa afirmou hoje no Vaticano que o elemento fundamental da missão cristã é o testemunho da “fraternidade”, alertando contra o “ativismo pessoal” e o individualismo na Igreja.

“Podem elaborar-se planos pastorais perfeitos, implementar projetos bem elaborados, organizar-se até os mínimos detalhes; podem convocar-se multidões e ter muitos meios; mas se não houver disponibilidade para a fraternidade, a missão evangélica não avança”, assinalou, desde a janela do apartamento pontifício, antes da recitação da oração do ângelus.

Perante cerca de 15 mil peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, Francisco sublinhou que “a missão evangelizadora não se baseia no ativismo pessoal, ou seja, no ‘fazer’, mas no testemunho do amor fraterno, mesmo através das dificuldades que a convivência implica”.

Como levamos a boa nova do Evangelho aos outros? Fazemo-lo com espírito e estilo fraterno, ou à maneira do mundo, com protagonismo, competitividade e eficiência? Perguntemo-nos se temos a capacidade de colaborar, se sabemos tomar decisões em conjunto, respeitando sinceramente quem nos rodeia e levando em conta o seu ponto de vista”, referiu.

Citando a passagem do Evangelho que é lida nas Missas deste domingo, em todo o mundo, o Papa recordou que Jesus enviou os seus discípulos em missão “dois a dois”, não batedores “solitários”.

“A tarefa dos discípulos é ir à frente, nas aldeias, e preparar o povo para receber Jesus; as instruções que Ele lhes dá não são tanto sobre o que devem dizer, mas sobre como devem ser, mais sobre o testemunho a ser dado do que sobre as palavras a serem ditas”, precisou.

Após a oração, Francisco evocou a beatificação de dois mártires da Argentina, os padres Pedro Ortiz de Zárate e João António Solinas, celebrada na Diocese de Nova Orán, no norte do país, onde os missionários foram mortos, em 1683.

O Papa deixou votos de que os novos beatos inspirem os católicos a dedicar-se ao serviço dos “mais fracos”.

OC

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Agência ECCLESIA

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