Igreja Católica diz que é hora de avançar com processo de desarmamento no território
Genebra, 02 mai 2018 (Ecclesia) – O Vaticano, na pessoa do observador permanente da Santa Sé junto da Organização das Nações Unidas, destacou a importância do processo de paz na Península Coreana, e do acordo de desarmamento alcançado para a região.
Numa intervenção efetuada em Genebra, integrada na conferência de revisão do tratado de não proliferação de armas nucleares, D. Ivan Jurkovic salientou que “a Santa Sé acompanha, apoia e encoraja toda e qualquer iniciativa útil e sincera que tenha como pano de fundo a construção de um futuro melhor e em espírito de amizade e encontro entre os povos”.
“Esta iniciativa de reconciliação na Península Coreana pode ser um testemunho de que as preocupações de segurança tantas vezes apontadas como pretexto para protelar o processo de desarmamento nuclear podem e devem ser postas de lado sem mais delongas”, referiu o arcebispo esloveno.
A revisão do tratado de não-proliferação das armas nucleares, que reúne atualmente 189 países, está prevista para 2020.
Atualmente são cinco as nações que reconhecem ser portadoras desse tipo de armamento de destruição maciça: Estados Unidos da América, Rússia, Reino Unido, França e China.
Este documento, que entrou originalmente em vigor em 1970, é visto como uma ferramenta essencial para prevenir a disseminação das armas nucleares e privilegiar o uso da tecnologia nuclear para fins mais pacíficos.
O Vaticano espera que “agora que 2020 se aproxima”, a mudança de paradigma na Península Coreana “contribua para despertar consciências” e “inspire mais medidas que permitam reforçar os esforços internacionais rumo a um desarmamento nuclear integral e à não-proliferação das armas de destruição maciça”.
O observador permanente da Santa Sé lembrou ainda em particular “a situação de instabilidade e de tensão crescente no Médio Oriente”.
“É essencial definir uma zona livre de armas nucleares e outras armas de destruição maciça na região, como ficou acordado na revisão do tratado em 2010. A Santa Sé espera que este processo possa finalmente andar em frente, de forma urgente e com maior determinação”, sustentou D. Ivan Jurkovic.
A Santa Sé mostra-se convicta de que as zonas livres de armas nucleares podem desempenhar um “papel fundamental” na promoção da paz e da estabilidade a nível regional e internacional.
Um instrumento que “reforça” o espírito do tratado de não-proliferação do armamento nuclear e que, de acordo com D. Ivan Jurkovic, pode ser decisivo na “substituição de uma lógica de medo e desconfiança por uma ética de responsabilidade”.
JCP