«Para ser discípulo de Jesus, não basta acreditar que Deus está ali, que existe, mas é preciso envolver-se com Ele», assinala o Papa
Cidade do Vaticano, 20 jun 2021 (Ecclesia) – O Papa disse hoje no Vaticano que a oração implica, por vezes”, “gritar” com Deus, nos momentos de maior dificuldade.
“Para ser discípulo de Jesus, não basta acreditar que Deus está ali, que existe, mas é preciso envolver-se com Ele, é preciso também levantar a voz com Ele. Ouçam bem isto: é preciso gritar com Ele”, referiu, antes da recitação da oração do ângelus, na Praça de São Pedro.
Francisco deu como exemplo a situação de muitos refugiados, nos navios que cruzam o Mediterrâneo, “e gritam, no momento em que se estão a afogar: salvem-me”.
A reflexão partiu de uma passagem do Evangelho em que Jesus está com os discípulos num barco, a dormir no meio de uma tempestade.
“Muitas vezes também nós, assaltados pelas provações da vida, clamamos ao Senhor: ‘Por que estás calado e não fazes nada por mim?’. Sobretudo quando parece que nos estamos a afundar, porque o amor ou o projeto em que tínhamos depositado grandes esperanças se desvanece”, assinalou.
O Papa indicou que há vários momentos da vida em que as pessoas se sentem “quase no fim”.
Quando estamos à mercê de ondas persistentes de ansiedade; ou quando nos sentimos sobrecarregados de problemas ou perdidos no meio do mar da vida, sem rota e sem porto. Ou ainda nos momentos em que faltam forças para seguir em frente, porque não temos trabalho ou um diagnóstico inesperado nos faz temer pela nossa saúde ou pela de um ente querido”.
Francisco recomendou que, quando as pessoas se sentem “sufocadas pelo medo”, é importante não perder de vista “o que é mais importante”, a presença de Jesus.
“O Senhor está ali, presente, de facto, espera, por assim dizer, que o envolvamos, que o invoquemos, que o coloquemos no centro daquilo que vivemos. O seu sono desafia-nos a acordar”, indicou.
A intervenção observou a importância de reconhecer a “necessidade de Deus”.
“Quando vencemos a tentação de nos fecharmos em nós mesmos, quando vencemos a falsa religiosidade que não quer incomodar a Deus, quando clamamos por Ele, Ele pode fazer maravilhas em nós. É a força mansa e extraordinária da oração, que faz milagres”, realçou o Papa.
OC