Cidade do Vaticano, 26 ago 2014 (Ecclesia) – O porta-voz do Vaticano disse hoje que o antigo núncio apostólico (embaixador da Santa Sé) na República Dominicana cessou quaisquer funções diplomáticas e perdeu, por isso, a “imunidade” que está ligada ao desempenho das mesmas.
O padre Federico Lombardi respondeu a questões levantadas por jornalistas na sequência de notícias que colocavam em causa a atuação do Vaticano neste caso.
A Santa Sé revelou a 27 de junho que Józef Wesolowski foi condenado à demissão do estado clerical pela Congregação para a Doutrina da Fé.
O antigo diplomata apresentou recurso no prazo de dois meses que estava previsto e o organismo da Cúria Romana vai pronunciar-se “nas próximas semanas”, de acordo com o porta-voz do Vaticano.
O padre Lombardi acrescentou que, como estava previsto, o processo pena nos organismos judiciais do Vaticano vai prosseguir “assim que a sentença canónica for definitiva”.
Segundo este responsável, a atuação da Santa Sé foi “pronta e correta” à luz do estatuto de que Józef Wesolowski gozava como representante diplomático.
“Longe de qualquer intenção de cobertura, ficou demonstrada, pelo contrário, a plena e direta assunção de responsabilidades por parte da Santa Sé, mesmo num caso tão grave e delicado, sobre o qual o Papa se mantém atentamente informado”, acrescentou.
O diretor da sala de imprensa da Santa Sé observou ainda que o antigo núncio poderá ser alvo de processos judiciais por parte de “outras magistraturas”, por não gozar de qualquer imunidade diplomática.
O ex-núncio tinha sido chamado a Roma e suspenso das suas funções, em 2013, por causa de uma investigação relacionada com abusos sexuais sobre menores.
OC