Vaticano: «Passar o tempo  culpar os outros é perder tempo» – Papa Francisco

Trabalho do Movimento Laudato Sí foi valorizado, na Praça de São Pedro, no contexto do Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, no dia 1 de setembro

Foto EPA/Lusa

Cidade do Vaticano, 29 ago 2021 (Ecclesia) – O Papa Francisco afirmou hoje que “não é cristão” passar o tempo a “contaminar o mundo com reclamações” e disse que culpar os outros é “perder tempo”.

“Passar o tempo  culpar os outros é perder tempo. Torna-te aborrecido, azedo e manténs Deus fora do teu coração”, disse o Papa na oração mariana do ângelus, este domingo.

No encontro com os peregrinos presentes na Praça de São Pedro e quantos acompanhavam o Papa pelos meios de comunicação, Francisco disse que cada um tem de se libertar de estar sempre a “culpar os outros”, como as crianças “que sempre dizem ‘não fui eu, foi o outro’”.

O Papa desafiou a “não desperdiçar o tempo a contaminar o mundo com reclamações”, lembrando que “isso não é cristão”, e convidou cada um a “olhar a vida e o mundo” a partir do seu coração.

“Se olharmos dentro de nós, encontraremos quase tudo o que detestamos fora. E se com sinceridade pedirmos a Deus para purificar o coração, aí sim começaremos a tornar o mundo mais limpo”, disse o Papa

“Há um modo infalível para vencer o mal: começar a derrotá-lo dentro de nós”, afirmou.

Francisco sugeriu a cada pessoa para fazer o exercício de “acusar-se a si mesmo”, garantindo que “faz bem”, quando se consegue fazê-lo.

“Com frequência pensamos que o mal vem sobretudo de fora: dos comportamentos dos outros, de quem pensa mal de nós, da sociedade”, acrescentou.

Francisco alertou para o engano de pensar que tudo o que acontece seja culpa dos outros, da sociedade, “de quem governa, do azar e assim por adiante”.

“Parece que os problemas vêm sempre de fora. E passamos o tempo a repartir as culpas”, acrescentou.

O Papa afirmou que “não se pode ser verdadeiramente religioso na lamentação” e que “a ira, o ressentimento, a tristeza fecham as portas a Deus”.

No encontro dominical com peregrinos e turistas, a partir da Janela do Palácio Apostólico, e após ter pedido “oração e jejum” pelo Afeganistão, o Papa referiu-se às populações venezuelanas atingidas por inundações e lembrou “quem sofre por causa desta calamidade”, dirigindo depois uma saudação ao “Movimento Laudato Sí”.

“Obrigado pelo vosso empenho em favor da nossa casa comum, de momo especial por ocasião do Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação”, disse o Papa, acrescentando que  “o grito da terra e o grito dos pobres estão a tornar-se sempre mais graves e alarmantes e pedem uma decisão urgente para transformar esta crise em oportunidade”.

O Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação assinala-se, em cada ano, no dia 1 de setembro, dando início a iniciativas ecuménicas que, até ao dia 4 de outubro, celebram “o tempo da criação” em espírito ecuménico.

PR

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