Vaticano: Papa vai visitar Moçambique, sob o lema da paz e reconciliação

Viagem decorre de 4 a 6 de setembro, passando depois por Madagáscar e Maurícia

Cidade do Vaticano, 27 mar 2019 (Ecclesia) – O Vaticano anunciou hoje que o Papa Francisco vai visitar Moçambique, Madagáscar e Maurícia, de 4 a 10 de setembro, com passagens pelas cidades de Maputo, Antananarivo e Port Louis.

A sala de imprensa da Santa Sé refere que o programa da viagem “vai ser publicada em tempo oportuno”.

Já o presidente da Conferência Episcopal Moçambicana, D. Lúcio Muandula, bispo de Xai-Xai, anunciou que a visita ao país lusófono vai decorrer de 4 a 6 de setembro e explicou que os bispos católicos convidaram o Papa em novembro de 2016.

“Acolhemos com muito agrado o anúncio oficial da visita”, declarou, falando num gesto de “proximidade” num momento em que grande parte das populações das províncias do centro do país sentem ainda os efeitos do ciclone Idai, precisando de “muito apoio e conforto”.

O presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse que este é um “marco histórico”, numa comunicação ao país em que apresentou o diálogo como “única via” para alcançar uma “paz definitiva”.

“Durante a sua estadia no nosso país, o Santo Padre irá manter encontros com entidades oficiais do Estado, Corpo Diplomático, líderes políticos e religiosos, jovens de várias denominações religiosas. Confortará doentes e celebrará uma Missa para todos os moçambicanos”, adiantou.

O chefe de Estado de Moçambique destacou o “carinho especial” que o pontífice dedica ao país, evocando os apelos à oração e solidariedade pelas vítimas do ciclone Idai.

No dia 14 de setembro de 2018, o Papa recebeu Nyusi em audiência privada, sendo convidado a visitar o país lusófono em 2019.

Francisco elogiou então o trabalho levado a cabo no país para manter a paz.

“Temos de continuar a trabalhar como uma equipa”, recomendou.

A viagem a Moçambique, a convite das autoridades políticas e da Conferência Episcopal, tem o lema ‘Esperança. Paz. Reconciliação’; o logótipo da visita foi descerrado em conjunto pelo presidente da República e o presidente da Conferência Episcopal.

Esta será a quarta viagem do atual pontífice a África, após as visitas ao Quénia, Uganda e República Centro-Africana, em 2015; ao Egito, em 2017; e a Marrocos, que vai decorrer entre 30 e 31 de março.

O único Papa a visitar Moçambique foi São João Paulo II, de 16 a 19 de setembro de 1988, no contexto de uma viagem alargada a África.

Francisco fez até hoje 27 viagens internacionais, nas quais visitou 40 países, passando pelo Brasil, Jordânia, Israel, Palestina, Coreia do Sul, Turquia, Sri Lanka, Filipinas, Equador, Bolívia, Paraguai, Cuba, Estados Unidos da América, Quénia, Uganda, República Centro-Africana, México, Arménia, Polónia, Geórgia, Azerbaijão, Suécia, Egito, Portugal, Colômbia, Mianmar, Bangladesh, Chile, Perú, Bélgica, Irlanda, Lituânia, Estónia, Letónia, Panamá e Emirados Árabes Unidos; as cidades de Estrasburgo (França), onde esteve no Parlamento Europeu e o Conselho da Europa, Tirana (Albânia), Sarajevo (Bósnia-Herzegovina) e Lesbos (Grécia).

Além de Marrocos, nos próximos meses estão previstas viagens à Bulgária e Macedónia (5 a 7 de maio) e à Roménia (31 de maio a 2 de junho).

OC

O Papa Francisco, através do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Integral, determinou uma contribuição de 150 mil euros destinados a Moçambique, Zimbábue e Malauí (50 mil euros para cada um destes países do sudeste da África), fortemente atingidos pelo ciclone Idai. A ajuda servirá para socorrer as populações numa primeira fase de emergência.
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