Francisco associa-se ao Dia Internacional do Voluntariado que se celebra anualmente a 5 de dezembro
Cidade do Vaticano, 04 dez 2014 (Ecclesia) – O Papa associou-se hoje ao Dia Internacional do Voluntariado, que se celebra anualmente a 5 de dezembro, ao conceder uma audiência, no Vaticano, a cerca de dois mil membros da Federação dos Organismos Cristãos de Voluntariado (FOCSIV).
“Há tanta necessidade de testemunhar o valor da gratuidade: os pobres não se podem transformar numa oportunidade de lucro”, alertou Francisco, no discurso que proferiu na sala Paulo VI.
O Papa desafiou os voluntários a captarem os sinais de mudança e a protagonizarem um serviço de solidariedade, na luta contra as causas estruturais da pobreza.
“A solidariedade é um modo de fazer a história com os pobres, rejeitando supostas obras altruístas que reduzem o outro à passividade”, declarou, definindo os voluntários como “agentes de paz e artífices de justiça”.
A pobreza, sublinhou, “muda hoje de rosto”, e os próprios pobres têm novas expectativas, porque “aspiram a ser protagonistas, organizam-se e sobretudo praticam a solidariedade que existem entre os que sofrem, os últimos”.
Entre as causas principais da pobreza, o Papa identificou um sistema económico que não tem respeito pela natureza, apresentando como exemplos o desflorestamento, as catástrofes ambientais e a perda da biodiversidade.
Francisco falou ainda da fome e das guerras, que obrigam milhares de pessoas à fuga e, sobretudo, deixam as crianças em campos de refugiados sem “alimento, liberdade e futuro”.
“Quanto sofrimento, quanta destruição”, lamentou, salientando que, diante deste cenário, os cristãos trabalham com perseverança.
O Papa assinalou a importância de estar atento ao fenómeno das migrações, que exige “modalidades adequadas de acolhimento, que não deixem os migrantes à mercê do mar e de grupos de traficante sem escrúpulos”.
Em conclusão, Francisco recomendou que os voluntários cristãos se empenhem na oração diária, a “força nos momentos mais difíceis, de desilusão, de solidão e de incompreensão”.
OC