Vaticano: Papa sublinha importância da partilha e da mudança de vida na Quaresma

Francisco enviou missionários da misericórdia por todo o mundo para perdão dos pecados

Cidade do Vaticano, 10 fev 2016 (Ecclesia) – O Papa presidiu hoje no Vaticano à celebração de Cinzas, que marca o início do tempo de Quaresma, sublinhando a importância da partilha e da mudança de vida na preparação para a Páscoa.

“É um convite à simplicidade e à partilha: tirar algo da nossa mesa e dos nossos bens para encontrar o verdadeiro bem da liberdade”, disse na Missa a que presidiu na Basílica de São Pedro.

Francisco estava acompanhado por centenas de padres de todos os continentes, incluindo vários portugueses, que dele receberam o mandato de serem “missionários da misericórdia” como “símbolo e instrumentos do perdão de Deus”.

“Caros irmãos, que possais ajudar a abrir as portas do coração, a superar a vergonha, a não fugir da luz. Que as vossas mãos abençoem e consolem os irmãos e irmãs com paternidade; que através de vós, o olhar e as mãos do Pai pousem sobre os filhos e curem as suas feridas”, pediu.

A reflexão referiu as práticas de penitência, oração e solidariedade que estão ligadas ao tempo da Quaresma, na tradição católica.

“De facto, Jesus chama-nos a viver a oração, a caridade e a penitência com coerência e autenticidade, vencendo a hipocrisia”, referiu Francisco.

Nesse sentido, deixou votos de que a Quaresma “seja um tempo de benéfica ‘poda’ da falsidade, da mundanidade, da indiferença”.

“Para não pensar que tudo está bem se eu estiver bem; para perceber que aquilo que conta não é a aprovação, a busca do sucesso ou do consenso, mas a limpeza do coração e da vida; para reencontrar a identidade cristã, isto é, o amor que serve e não o egoísmo que se serve”, precisou.

Os missionários da misericórdia são 1071 padres vindos de todos os continentes, incluindo países como Timor-Leste, Birmânia, China, Egito ou Líbano, para além de sacerdotes de rito oriental.

Têm a faculdade especial de perdoar pecados “reservados”, ou seja, que só podem ser perdoados pela Santa Sé.

Francisco alertou para a tentação de ficar “fechado” em si próprio, sem receber a “luz” da misericórdia de Deus.

Após a homilia, o Papa cumpriu o rito da imposição de cinzas, baixando a cabeça, e repetiu depois o gesto a vários dos participantes na Missa.

O envio dos missionários aconteceu no final da celebração, com uma oração proferida pelo pontífice argentino: “Olha Senhor para estes teus servos, que enviamos como mensageiros da misericórdia, da salvação e da paz”.

OC

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Agência ECCLESIA

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