Francisco condena «crimes» e diz que é preciso evitar que se repitam
Cidade do Vaticano, 10 jan 2022 (Ecclesia) – O Papa afirmou hoje no Vaticano a sua “firme vontade” de esclarecer os casos de abusos sexuais cometidos por membros da Igreja ou em instituições católicas.
“Trata-se de crimes, sobre os quais deve haver uma firme vontade de esclarecer, examinando os casos individuais para apurar as responsabilidades, fazer justiça às vítimas e impedir que se repitam no futuro semelhantes atrocidades”, referiu, perante embaixadores dos cinco continentes, reunidos no Palácio Apostólico para o tradicional encontro de Ano Novo.
Francisco destacou a importância da educação e disse ser “doloroso” constatar que, “em vários centros educativos – paróquias e escolas –, foram cometidos abusos sobre menores, com graves consequências psicológicas e espirituais para as pessoas que os sofreram”.
“Não obstante a gravidade de tais atos, nenhuma sociedade pode jamais abdicar da responsabilidade de educar. Ao contrário, é doloroso constatar como frequentemente, nos orçamentos dos Estados, poucos recursos sejam destinados à educação. Prevalece a sua visão como um custo, quando se trata do melhor investimento possível”, acrescentou.
A intervenção retomou as preocupações manifestadas na mensagem para o Dia Mundial da Paz 2022 (1 de janeiro) com a formação das novas gerações.
Francisco assinalou que a pandemia impediu a muitos jovens o acesso às instituições educativas, levando também ao alheamento dos outros e da realidade, com recurso à tecnologia.
“Recordo a urgência de velar para que tais instrumentos não substituam as verdadeiras relações humanas a nível interpessoal, familiar, social e internacional”, indicou.
O Papa considerou que a educação “gera cultura e cria pontes de encontro” entre povos.
“A Santa Sé pretendeu sublinhar o seu valor participando também na Expo Dubai 2021, nos Emirados Árabes Unidos, com a instalação de um Pavilhão inspirado no tema da Exposição: «Ligar as mentes, criar o futuro»”, precisou.
183 Estados mantêm atualmente relações diplomáticas com a Santa Sé, a que se somam representações da União Europeia e da Soberana Ordem Militar de Malta.
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