Vaticano: Papa sublinha dever de acolhimento aos «náufragos da história» que chegam às costas da Europa

Primeira audiência geral de 2020 alerta para «frieza da indiferença e da desumanidade»

Foto: ACNUR

Cidade do Vaticano, 08 jan 2020 (Ecclesia) – O Papa Francisco disse hoje no Vaticano que os cristãos têm o dever de acolher os “náufragos da história” que chegam às costas da Europa, para os salvar da “frieza da indiferença e da desumanidade”.

“Peçamos ao Senhor que nos ajude a ser sensíveis aos tantos náufragos da história que chegam exaustos às nossas costas, para que também nós os saibamos acolher com o amor fraterno que vem do encontro com Jesus”, referiu, na audiência pública semanal que decorreu no auditório Paulo VI, perante milhares de pessoas.

A intervenção partiu de uma passagem do livro bíblico dos Atos dos Apóstolos, na qual se relata o naufrágio sofrido por São Paulo (séc. I), a caminho de Roma, que o levou até à ilha de Malta At 27,1–28,16).

A mesma passagem bíblica serve este ano de inspiração à semana de oração pela unidade dos cristãos, que une milhões de pessoas de várias Igrejas, entre 18 e 25 de janeiro, para evocar os migrantes e refugiados que são vítimas de naufrágios no Mediterrâneo.

Francisco destacou a hospitalidade com que São Paulo e todos aqueles que o acompanhavam foram acolhidos em Malta, pedindo que os cristãos “sejam sensíveis aos sofrimentos” das pessoas que encontram.

“O amor de Deus é sempre fecundo”, declarou.

O Papa sublinhou que esta aparente tragédia se transformou, para São Paulo, numa “ocasião propícia para dar carne à palavra que anuncia e a exercitar um ministério de compaixão”.

“Um cristão que foi provado pode, certamente, fazer-se mais próximo de quem sofre e tornar o seu coração aberto e sensível à solidariedade com os outros”, indicou.

Após a sua catequese, o pontífice saudou os vários peregrinos presentes, incluindo os de língua portuguesa.

“A minha cordial saudação para todos vós, desejando a cada um que sempre resplandeça, nos vossos corações, famílias e comunidades, a luz do Salvador, que nos revela o rosto terno e misericordioso do Pai do Céu. Abracemos o Deus Menino, colocando-nos ao seu serviço: Ele é fonte de amor e serenidade. Ele vos abençoe com um Ano Novo sereno e feliz”, disse.

Francisco falou ainda da próxima celebração da festa litúrgica do Batismo do Senhor, no domingo, desejando que todos saibam a data do seu próprio Batismo para trazer sempre este aniversário “no coração” e agradecer por esse momento.

A audiência contou com uma breve exibição de artistas do Circo “Aqua”.

OC

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Agência ECCLESIA

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