Homilia da Missa em Santa Marta abordou figura de Maria, rejeitando possível título de «correndentora»
Cidade do Vaticano, 03 abr 2020 (Ecclesia) – O Papa Francisco saudou hoje no Vaticano quem começa a pensar em soluções para o pós-pandemia, em particular face às possíveis crises económicas e sociais.
“Há pessoas que começam desde já a pensar no que vem depois: o pós-pandemia. Em todos os problemas que vão chegar: problemas de pobreza, de emprego, de fome. Rezemos por todas as pessoas que ajudam hoje e pensam também no amanhã, para nos ajudar a todos”, disse, antes da Missa a que presidiu na Capela da Casa de Santa Marta, com transmissão online.
Já na sua conta da rede social Twitter, o Papa deixou uma mensagem às “jovens mães”, neste momento particular marcado pela propagação do novo coronavírus.
Hoje gostaria de agradecer às jovens mães que enfrentam os medos compreensíveis. E obrigado também a quem as ampara com afeto, com competência. As crianças que nascem em tempos de #coronavírus são um sinal de grande esperança.
— Papa Francisco (@Pontifex_pt) April 3, 2020
A homilia abordou a figura de Nossa Senhora das Dores, convidando os católicos a pensar na figura de Maria como “mãe”, numa intervenção em que Francisco rejeitou a proposta de um quinto dogma mariano, defendido por vários teólogos e outros responsáveis: o título de correndetora.
“Nossa Senhora não quis tirar nenhum título de Jesus; recebeu o dom de ser sua Mãe e o dever de nos acompanhar como Mãe, de ser a nossa Mãe. Não pediu para ser uma quase-redentora ou uma corredentora: não”, indicou o Papa.
O Redentor é um só e este título não se duplica. [Maria] Somente discípula e Mãe. E assim, como Mãe devemos pensar nela, devemos procurá-la, devemos rezar-lhe. É a Mãe. Na Igreja-Mãe. Na maternidade de Nossa Senhora vemos a maternidade da Igreja que recebe todos, bons e maus: todos”.
Francisco convidou todos os que acompanharam a celebração a pensar nas “dores” da Virgem Maria, a poucos dias do início da Semana Santa – que evoca os momentos da prisão, julgamento e crucifixão de Jesus Cristo – e nas próprias dores.
OC