Vaticano: Papa reza para que «a guerra termine em breve», acompanhado por famílias ucranianas (c/fotos)

Rosário pela paz no mundo uniu Roma e santuários dos cinco continentes, incluindo Fátima

Foto: Vatican Media

Roma, 31 mai 2022 (Ecclesia) – O Papa rezou hoje em Roma pelas vítimas da guerra em todo o mundo, com referência especial à Ucrânia, num Rosário pela paz que o ligou a vários santuários internacionais, incluindo Fátima.

“Esta noite, no final do mês especialmente consagrado a Ti, aqui estamos novamente diante de Ti, Rainha da Paz, para te implorar: concede o grande dom da paz, que termine em breve a guerra que, há décadas, se alastra em várias partes do mundo e agora também invadiu o continente europeu”, disse Francisco, no início da celebração a que presidiu na Basílica de Santa Maria Maior, acompanhado por famílias ucranianas.

O Papa, sentado numa cadeira de rodas por causa do problema que o afeta num joelho, sublinhou que a paz “não pode ser apenas o resultado de negociações nem uma consequência apenas de acordos políticos”.

O Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização (Santa Sé) explica que esta oração visa “oferecer um sinal de esperança ao mundo, que sofre pelo conflito na Ucrânia, e se encontra profundamente ferido pela violência dos muitos cenários de guerra em várias partes do mundo”.

As cinco dezenas do Rosário foram recitadas, em Roma, por uma família ucraniana, pessoas ligadas às vítimas de guerra e um grupo de capelães militares com as suas respetivas corporações.

A 25 de março, o Papa promoveu um Ato de Consagração ao Imaculado Coração de Maria, a que presidiu no Vaticano, em ligação a Fátima, invocando a paz, particularmente na Ucrânia e Rússia.

Esta tarde, na sua oração, Francisco evocou esse momento.

“Consagramos as nações beligerantes ao vosso Imaculado Coração e pedimos o grande dom de conversão de corações. Estamos certos de que, com as armas da oração, do jejum, da esmola e com o dom de sua graça, se podem mudar os corações dos homens e o destino do mundo inteiro”, declarou.

O Papa começou por recordar os momentos de oração a que presidiu, nos dias 31 de maio, durante a pandemia, para rezar pelos doentes, o pessoal médico e as vítimas da Covid-19.

A oração em Roma decorreu diante da imagem de Nossa Senhora Rainha da Paz, encomendada por Bento XV, ao escultor Guido Galli, para pedir à Virgem Maria o fim da I Guerra Mundial em 1918.

“Hoje elevamos os nossos corações a Ti, Rainha da Paz: intercede por nós junto do teu Filho, reconcilia os corações cheios de violência e vingança, corrige os pensamentos cegos pelo desejo de enriquecimento fácil, que a tua paz perdure por toda a terra”, disse Francisco.

Na celebração  – que se iniciou alguns minutos antes da hora prevista – marcaram presença crianças que receberam os sacramentos da Primeira Comunhão e da Confirmação nas últimas semanas, escuteiros, famílias da comunidade ucraniana de Roma, representantes da Juventude Ardente Mariana Ordinária (GAM), membros do Corpo de Gendarmaria do Vaticano e da Guarda Suíça, além de fiéis das três paróquias de Roma intituladas à Nossa Senhora Rainha da Paz, juntamente com membros da Cúria Romana.

Simbolicamente, foi deposta aos pés da imagem de Nossa Senhora uma intenção particular do Papa, já após Francisco ter oferecido um ramo de flores.

A Santa Sé destaca o envolvimento de santuários internacionais de todo o mundo, entre eles o de Fátima, e de algumas catedrais localizadas em países “ainda em guerra ou com forte instabilidade política”.

Foto: Santuário de Fátima

Além da Cova da Iria, a iniciativa internacional passa pela Ucrânia, Iraque, Síria, Barém, Coreia do Sul, Lourdes (França), Czestochowa (Polónia), Loreto (Itália), Guadalupe (México) ou Knock (Irlanda), entre outros.

Em Fátima os mistérios foram rezados nas sete línguas oficiais do Santuário bem como em ucraniano e árabe, sob a presidência do reitor, padre Carlos Cabecinhas.

Já na Rússia, a comunidade católica reuniu-se na Catedral de Moscovo, para acompanhar a celebração, por via digital, e “implorar o dom da paz na Ucrânia e em todas as partes do mundo onde há conflitos, que são muitas vezes esquecidos”, referiu o arcebispo local, D. Paolo Pezzi.

OC

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Agência ECCLESIA

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