Vaticano: Papa recordou portuguesa Santa Beatriz da Silva, valorizando vida contemplativa

Francisco destacou lugar do silêncio, em mundo «sempre cheio» de palavras e coisas

Foto: Vatican Media

Cidade do Vaticano, 17 nov 2023 (Ecclesia) – O Papa recordou esta quinta-feira, no Vaticano, a figura de Santa Beatriz da Silva (1424–1492), religiosa portuguesa que fundou as Monjas Concepcionistas Franciscanas, ordem contemplativa, sublinhando a importância do silêncio no mundo contemporâneo.

“Neste mundo que está sempre cheio de coisas, de palavras, de notícias, toda uma indústria de comunicação externa, a comunicação interna, em silêncio, é tão necessária”, assinalou, num encontro com religiosas, no Palácio Apostólico.

“Dou-vos as boas-vindas e congratulo-me por poder receber-vos por ocasião deste congresso internacional sobre Maria de Jesus de Ágreda, um evento que se realiza no âmbito da Cátedra de Santa Beatriz da Silva, a vossa fundadora, que está meio esquecida”, acrescentou Francisco.

Beatriz da Silva, nascida em Campo Maior, viveu desde os 14 anos em reclusão no mosteiro de São Domingos, em Toledo (Espanha), onde ganhou fama de santidade; foi canonizada pelo Papa Paulo VI, a 3 de outubro de 1976.

“As mulheres sabem escutar e têm uma vocação especial para escutar. É surpreendente como, mesmo sem uma formação específica, algumas irmãs alcançaram um notável conhecimento da Escritura e, na escola da oração, beberam dela como de uma fonte viva”, assinalou Francisco.

Santa Beatriz alcançou, em 1489, uma primeira aprovação papal para a sua comunidade monástica através da bula ‘Inter Universa’, do Papa Inocêncio VIII, mas só após a sua morte (1492), a Ordem da Imaculada Conceição obteria a bula fundacional ‘Ad Statum Prosperum’, no ano de 1511, com a assinatura de Júlio II.

O Papa evocou ainda a figura de Maria de Jesus de Ágreda (1602-1665), monja espanhola desta congregação que é recordada como “evangelizadora da América”.

“Os contemplativos ensinam-nos, através de um caminho de ascese, de abandono e de fidelidade, a alegria de viver só para Ele. E, por vezes, a contemplação faz-se no silêncio, diante do Senhor, no silêncio”, referiu.

OC

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Agência ECCLESIA

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