Francisco afirma que Igreja deve vender bens, se for preciso, para ajudar mais necessitados
Cidade do Vaticano, 16 mai 2013 (Ecclesia) – O Papa Francisco recebeu hoje no Vaticano o comité executivo da confederação internacional da Cáritas e pediu uma aposta na ação solidariedade por considerar que os pobres correm perigo.
“A nossa civilização confundiu-se e em vez de fazer crescer a criação para que o homem fosse mais feliz e fosse melhor a imagem de Deus – este é o mandato que temos, fazer crescer a criação – e instaura a cultura do usa e deita fora”, disse.
O Papa admitiu que é necessário dinheiro para ajudar quem precisa e citou São João Crisóstomo para dizer que se for preciso, têm de se vender bens s para ajudar os pobres.
“A prioridade é responder imediatamente às necessidades imediatas e mais tarde, o mais depressa possível, ao desenvolvimento. Se isso for muito caro, teríamos até de vender igrejas para alimentar os mais pobres”, declarou.
Francisco alertou para o tratamento que é reservado a muitos idosos e falou numa “eutanásia escondida”.
“Hoje está em perigo o homem, a pessoa humana. Está em perigo a carne de Cristo”, observou.
Para o Papa, a atual crise não é apenas económica nem cultural ou de fé: “É uma crise em que o homem sofre as consequências desta instabilidade”.
A intervenção deixou elogios ao trabalho da Cáritas na sua dimensão de “ação social no sentido mais amplo do termo” e na “dimensão mística, isto é, situada no coração da Igreja”.
“Uma Igreja sem caridade não existe”, prosseguiu perante a direção da Caritas Internationalis, presidida pelo cardeal Oscar Rodriguez Maradiaga, das Honduras.
“A Cáritas é a carícia da Igreja ao seu povo, a carícia da mãe Igreja aos seus filhos, a ternura, a proximidade”, realçou ainda.
Francisco citou o exemplo de São João Bosco, fundador dos Salesianos, que perante a pobreza e a crise da juventude promoveu uma “visão da promoção” dos mais novos através da educação.
A intervenção, que incluiu respostas a questões colocadas pelos presentes, recordou a situação de milhões de refugiados, que classificou como um “drama” que se sente em particular, nos últimos meses, na Síria.
RV/OC
Notícia atualizada às 23h59