Vaticano: Papa quer ser «mensageiro de paz» no cenário de guerra da República Centro-Africana

Primeira viagem de Francisco a África vai decorrer entre os dias 25 e 30 deste mês

Cidade do Vaticano, 23 nov 2015 (Ecclesia) – O Papa enviou uma mensagem às populações do Quénia, Uganda e República Centro-Africana (RCA), que vai visitar entre os dias 25 e 30 deste mês, e apresentou-se como “mensageiro de paz”.

“É como mensageiro de paz que me desloco para junto de vós. Tenho o desejo de apoiar o diálogo inter-religioso para encorajar a coabitação pacífica no vosso país e sei que isso é possível, porque somos todos irmãos”, disse Francisco, num vídeo divulgado na RCA, onde vai estar de 29 a 30 de novembro.

A situação de violência chegou a colocar questões sobre a possibilidade desta última etapa na primeira viagem do atual Papa a África.

A RCA procura sair da crise provocada pela coligação rebelde dos ‘Seleka’, que começou a atuar em 2012, com uma maioria de muçulmanos e de mercenários do Chade e do Sudão

A chegada deste grupo ao poder levou à reação dos “antibalaka”, que combateram os rebeldes, de forma violenta, atingindo também os muçulmanos.

O Papa Francisco fala desta primeira viagem a África em toda a sua vida, mostrando a sua admiração com um continente “lindo e rico pela sua natureza, povos e culturas”.

Em relação à RCA, recorda que o país vive “há muito tempo uma situação de violência e insegurança”.

“O objetivo da minha visita é sobretudo levar, em nome de Jesus, consolo e esperança. Espero de coração que a minha visita possa contribuir, de uma forma ou de outra, para atenuar as feridas e favorecer as condições por um futuro mais sereno para a República Centro-Africana e todos os seus habitantes”, sublinhou Francisco.

Citando o tema desta viagem, ‘Passemos para a outra margem’, o Papa disse que este é um tema que “convida as comunidades cristãs a olhar em frente com determinação e encoraja cada um a renovar a relação com Deus e com os irmãos, a fim de construir um mundo mais justo e mais fraterno”.

A 29 de novembro, o Papa vai abrir simbolicamente a porta santa do Jubileu da Misericórdia na Catedral de Bangui, desejando que este ano seja “oportunidade de perdão autêntico, ocasião para receber e oferecer e de renovação no amor”.

Noutra mensagem em vídeo, Francisco dirige-se aos habitantes do Quénia e Uganda com “uma palavra de saudação e amizade”.

“Venho como um ministro do Evangelho para proclamar o amor de Jesus Cristo e a sua mensagem de reconciliação, perdão e paz”, adianta.

A minha visita tem como objetivo confirmar a comunidade católica na fé em Deus e no testemunho do Evangelho, que ensina a dignidade de cada homem e mulher, e nos recomenda a abrir os nossos corações aos outros, especialmente aos pobres e necessitados”, acrescentou.

O Papa sublinha que neste momento os fiéis de todas as religiões e as pessoas de boa vontade são chamadas a “promover a compreensão e o respeito recíproco”.

“Um momento especial da minha visita será marcado pelos encontros com os jovens, que são a sua riqueza principal, e a nossa esperança promissora por um futuro de solidariedade, paz e progresso”, disse ainda.

Francisco agradece a todas as pessoas que estão a trabalhar na preparação da sua visita.

“Peço a cada um que reze para que a minha estadia no Quénia e Uganda seja fonte de esperança e estímulo para todos”, sublinhou.

OC

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