Francisco assinala início do tempo litúrgico do Advento
Cidade do Vaticano, 27 nov 2022 (Ecclesia) – O Papa disse hoje no Vaticano que o início do tempo litúrgico do Advento, as quatro semanas que antecedem o Natal, é uma oportunidade para “despertar”, interiormente.
“Irmãos e irmãs, neste tempo do Advento deixemo-nos sacudir do nosso torpor e despertemos do sono! Perguntemo-nos: estou consciente do que vivo, estou atento, estou acordado? Procuro reconhecer a presença de Deus nas situações quotidianas ou estou distraído e um pouco esmagado pelas coisas?”, questionou, desde a janela do apartamento pontifício, antes da recitação da oração do ângelus.
Perante os peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, Francisco destacou que o tempo do Advento, iniciado este domingo, começa com a “bela promessa”: “O teu Senhor Virá”.
“Diante desta palavra, perguntamo-nos: como vem o Senhor? Como reconhecê-lo e acolhê-lo?”, assinalou.
Deus está escondido na nossa vida, está sempre, esconde-se nas situações mais comuns e ordinárias da nossa vida. Não vem em eventos extraordinários, mas nas coisas do dia-a-dia.
Ali, no nosso trabalho quotidiano, num encontro casual, no rosto de uma pessoa necessitada, mesmo quando enfrentamos dias que parecem cinzentos e monótonos, o Senhor está lá, chama por nós, fala connosco e inspira as nossas ações”.
Numa Praça de São Pedro em que já são visíveis a árvore de Natal e os preparativos para a montagem do presépio, Francisco convidou todos os católicos a estar “acordados, atentos, vigilantes” para a passagem de Deus pelas suas vidas.
“Existe o perigo de não percebermos a sua vinda e de não estar preparados para a sua visita”, advertiu.
As manifestações do Advento, palavra de origem latina que significa “vinda” ou “chegada”, expressam-se na coroa de ramos verdes com quatro velas, que se acendem aos domingos, bem como na armação do presépio, entre outras práticas.
“Desejo a todos um bom domingo, um bom caminho de Advento”, concluiu o Papa.
As três primeiras semanas, que recordam especialmente a segunda e última vinda de Cristo à Terra, esperada pelos cristãos para o fim dos tempos, tornam o Advento num tempo penitencial marcado pelo convite à vigilância, arrependimento e reconciliação com Deus.
A partir de 17 de dezembro a liturgia adventícia, pautada pela cor roxa, acentua a festa do nascimento de Jesus, o Natal, que os católicos assinalam a 25 de dezembro.
As leituras bíblicas proclamadas nas missas evidenciam as figuras bíblicas do profeta Isaías, de João Batista, precursor de Cristo, e de Maria, mãe de Jesus.
O tempo do Natal termina a 9 de janeiro de 2023, dia em que o calendário litúrgico evoca o Batismo de Jesus nos lugares onde a Epifania do Senhor é transferida para o domingo, como acontece em Portugal.
OC
Advento: Um tempo para «alargar» o coração até ao Natal – Irmã Isabel Martins