Cidade do Vaticano, 28 mai 2014 (Ecclesia) – O Papa pediu hoje “perdão” pelas divisões que existem entre cristãos e pediu um compromisso de todos para chegar à “plena comunhão”, evocando no Vaticano os gestos ecuménicos da sua recente viagem à Terra Santa.
“Mais uma vez, como fizeram os Papas precedentes, eu peço perdão por tudo aquilo que fizemos para favorecer esta divisão”, declarou Francisco, perante dezenas de milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro para a audiência pública semanal.
“Peço ao Espírito Santo que nos ajude a curar as feridas que provocamos nos outros irmãos. Todos somos irmãos em Cristo”, acrescentou, recordando o encontro com o patriarca ecuménico de Constantinopla (Igreja Ortodoxa), Bartolomeu, na Basílica do Santo Sepulcro, em Jerusalém.
A inédita oração ecuménica, que decorreu no domingo, contou com a presença do patriarca greco-ortodoxo, Teófilo III, e do patriarca arménio apostólico, Nourhan, para além de arcebispos e bispos de outras Igrejas.
“Naquele lugar, onde ressoou o anúncio da ressurreição, sentimos toda a amargura e o sofrimento das divisões que ainda existem entre os discípulos de Cristo”, observou o Papa.
“Isto faz verdadeiramente muito mal, mal ao coração, ainda estamos divididos”, prosseguiu.
Francisco afirmou ainda que na celebração marcada pela “recíproca fraternidade, estima e afeto”, todos sentiram “a voz” de Jesus que “quer fazer de todas as suas ovelhas um só rebanho”.
“Sentimos o desejo de curar as feridas ainda abertas e de prosseguir com tenacidade o caminho para a plena comunhão”, declarou.
O Papa retomou algumas das questões abordadas na declaração conjunta que assinou com o patriarca Bartolomeu e apelou a fazer “tudo o que é possível fazer” para que os cristãos caminhem juntos.
“Rezar juntos, trabalhar em conjunto pelo rebanho de Deus, a paz, cuidar da criação, tantas coisas que temos em comum. Como irmãos, devemos ir em frente”, precisou.
Francisco realçou que a sua peregrinação à Terra Santa, entre sábado e segunda-feira, quis assinalar o 50.º aniversário do “histórico encontro” entre o Papa Paulo VI e o patriarca Atenágoras, de Constantinopla, que classificou como um “gesto profético”.
“Por isso, o meu encontro com sua santidade Bartolomeu, amado irmão em Cristo, representou o momento culminante da visita”, sustentou.
OC