«Que as viagens da esperança não se transformem nunca mais em viagens da morte» – Francisco
Cidade do Vaticano, 05 mar 2023 (Ecclesia) – O Papa manifestou hoje a sua “dor” com o naufrágio que a 26 de fevereiro vitimou dezenas de migrantes, incluindo vários menores, nas costas da Calábria, sul de Itália, pedindo o fim destas “tragédias”.
“Renovo a todos o meu apelo para que não se repitam tragédias como esta, que os traficantes de seres humanos sejam travados e não continuem a dispor da vida de tantos inocentes. Que as viagens da esperança não se transformem nunca mais em viagens da morte”, disse, após a recitação da oração do ângelus, desde a janela do apartamento pontifício.
As autoridades italianas encontraram 70 corpos, desde o último domingo, os dois últimos de crianças, cuja idade se estima ser de 12 anos.
“Exprimo a minha dor pela tragédia que aconteceu nas águas de Cutro, junto a Cotrone. Rezo pelas numerosas vítimas do naufrágio, pelos seus familiares e pelos sobreviventes. Manifesto o meu apreço e a minha gratidão à população local e às instituições pela solidariedade e acolhimento a estes nossos irmãos e irmãs”, declarou Francisco.
As vítimas mortais, numa viagem iniciada na Turquia, eram de várias nacionalidades, sobretudo afegãos, iranianos, paquistaneses e sírios.
80 migrantes conseguiram sobreviver e cerca de 40 pessoas estão ainda desaparecidas.
“Que as límpidas águas do Mediterrâneo não voltem a ser ensanguentadas por tais incidentes dramáticos. Que o Senhor nos dê a força de entender e de chorar”, concluiu o Papa, fazendo um momento de silêncio, acompanhado pela multidão na Praça de São Pedro.
A 3 de março, o Parlamento português aprovou por unanimidade um voto de pesar pelas vítimas do naufrágio em Itália, apelando a uma mobilização da comunidade internacional, “através da abertura de rotas legais de migração que permitam mais segurança”.
OC