Vaticano: Papa pede fim da violência em Myanmar e fala em situação «dramática»

Francisco une-se a religiosos católicos que têm tentado travar violência contra manifestantes

Foto: Lusa/EPA

Cidade do Vaticano, 17 mar 2021 (Ecclesia) – O Papa apelou hoje no Vaticano ao fim da violência em Myanmar, unindo-se aos religiosos católicos que têm tentado travar violência contra manifestantes, nas ruas do país asiático.

“Também eu me ajoelho nas estradas de Myanmar e digo: cesse a violência. Também eu estendo os meus braços e digo: que o diálogo prevaleça”, disse, no final da audiência geral, transmitida desde a biblioteca do Palácio Apostólico.

“O sangue não resolve nada. Que o diálogo prevaleça”, insistiu.

A ONU informou esta terça-feira que pelo menos 149 pessoas foram mortas pelas forças de segurança da junta militar que levou a cabo um golpe de Estado em Myanmar em 1 de fevereiro.

“Sinto a urgência de evocar a dramática situação em Myanmar, onde tantas pessoas, sobretudo jovens, estão a perder a vida, para oferecer esperança ao seu país”, declarou o Papa, esta manhã.

O Vaticano tem destacado um conjunto de intervenções de sacerdotes e religiosas que se colocam entre manifestantes e forças policiais, tentando evitar mais derramamento de sangue.

O golpe militar destituiu Aung Sang Suu Kyi, vencedora das eleições de novembro de 2020, por alegadas irregularidades durante o processo eleitoral.

Milhares de pessoas têm-se manifestado desde então contra a junta militar, que tem autorizado o uso de força letal para travar os protestos.

O Papa Francisco rezou ainda, esta manhã, pela população do Paraguai, onde na última semana se têm multiplicado protestos para pedir a destituição do presidente, por causa da gestão da crise da Covid-19.

“Peço ao Senhor Jesus, príncipe da paz, que se possa encontrar um caminho de diálogo sincero, para encontrar soluções adequadas para as dificuldades atuais e assim construir juntos a paz tão desejada”, referiu Francisco.

“Lembremo-nos que a violência é sempre autodestrutiva, com ela nada se ganha, mas perde-se muito e, por vezes, tudo”, acrescentou.

OC

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Agência ECCLESIA

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