Vaticano: Papa pede «coração pastoral», capaz de correr riscos por quem saiu da Igreja

Francisco destaca importância de comunidades «abertas e em saída»

Foto: Lusa/EPA

Cidade do Vaticano, 18 jan 2023 (Ecclesia) – O Papa desafiou hoje os responsáveis católicos a ter um “coração pastoral”, como Jesus, que “sofre e arrisca” por quem saiu da Igreja.

“O Senhor sofre quando nos distanciamos do seu coração. Sofre por quem não conhece a beleza do seu amor, nem o calor do seu abraço. Mas, em resposta a este sofrimento, não se fecha, mas arrisca: deixa as 99 ovelhas que estão a salvo e aventura-se em busca da única que se perdeu, fazendo algo arriscado e até irracional, mas em sintonia com o seu coração pastoral”, disse, na audiência pública semanal, que decorreu no Vaticano.

Falando aos milhares de peregrinos reunidos no Auditório Paulo VI, Francisco questionou os presentes sobre o que fazem quando sabem que alguém “deixou a Igreja”, criticando quem pensa que a pessoas se deve “desenrascar”.

“Às vezes podemos ver aqueles que deixaram o rebanho como adversários ou inimigos. ‘E aquele? Foi para outro lugar, perdeu a fé, o inferno espera por ele…’, e ficamos tranquilos. Encontrando-os na escola, no trabalho, nas ruas da cidade, porque não pensar que temos uma boa oportunidade para testemunhar-lhes a alegria de um Pai que os ama e que nunca os esqueceu?”, apelou.

Num ciclo de catequeses dedicado ao tema da evangelização, o Papa apelou a uma “uma Igreja aberta e em saída para com aqueles que já não participam na vida paroquial”.

Apresentando Jesus e o seu cuidado com os mais pobres e frágeis, como um exemplo para a “pastoral” católica, Francisco destacou que Cristo “vai ao encontro de todos, de todos os marginalizados, dos pecadores”.

“Talvez sigamos e amemos Jesus há muito tempo, sem nunca nos perguntarmos se compartilhamos os seus sentimentos, se sofremos e arriscamos, em sintonia com o seu coração pastoral”, advertiu.

OC

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