Cidade do Vaticano, 17 nov 2014 (Ecclesia) – O Papa Francisco pediu aos jovens que participaram no simpósio internacional sobre prostituição e tráfico de seres humanos, no Vaticano, que lutem contra a mentalidade que considera a pessoa um “objeto que se usa e deita fora”.
“Estamos sem dúvida numa época em que a pessoa humana é usada como objeto e acaba por ser material descartável. Aos olhos de Deus não há material descartável, só dignidade”, disse o Papa Francisco este domingo, na Academia Pontifícia das Ciências.
Francisco agradeceu aos jovens de 28 países, que em associações de voluntariado lutam contra a realidade da prostituição e tráfico de seres humanos e ajudam as vitimas a recuperar a dignidade, e destacou a diferença entre a colaborar e comprometer-se de uma forma cómica.
“A vaca quando dá o leite colabora para a nossa alimentação. Dá-nos leite e com ele faz-se queijo, e então fazemos uma sandes. Uma sandes de queijo é um pouco insípida e então temos de juntar presunto. Neste caso, o porco não colabora, mas compromete-se dando a sua vida para nos dar o alimento”, disse, usando as palavras do humorista argentino, Luis Landriscina.
Desta forma, o Papa assinalou a importância do comprometimento e acrescentou que a vida “só tem sentido” se os jovens estiverem dispostos “a usá-la” para o “bem dos outros”: “Comprometer-se é dar a vida.”
No final Francisco frisou que recuperar a dignidade das pessoas “exige compromisso” e pediu aos jovens que se lembrem das “sandes de presunto e queijo”.
“Colaborar sim, mas comprometendo-se”, conclui o Papa, segundo o jornal ‘L’Ossevatore Romano’.
Por sua vez, o chanceler da Academia Pontifícia das Ciências, que recebeu o encontro, assinalou que “o melhor educador para um jovem é outro jovem” porque se algum foi vítima de uma destas situações vão ser os “melhores educadores para os seus pais, irmãos e outros jovens”.
“A escravidão moderna é o pior efeito da globalização da indiferença”, alertou D. Marcelo Sánchez Sorondo.
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