Polémica com instituição chegou às ruas de Roma
Cidade do Vaticano, 05 fev 2017 (Ecclesia) – O Papa Francisco nomeou D. Angelo Becciu, substituto para os Assuntos Gerais da Secretaria de Estado, como seu delegado especial para o capítulo extraordinário da Ordem dos Cavaleiros de Malta.
O Vaticano informou este sábado, em comunicado oficial, que a nomeação acontece “no início do caminho de preparação em visto do capítulo extraordinário que deverá eleger o novo grão-mestre da Ordem Soberana e Militar Hospitalária de São João de Jerusalém, de Rodes e de Malta”.
Na Carta de nomeação, o Papa explica que o seu delegado especial “agirá em estreita colaboração” com o Ludwig Hoffmann von Rumerstein, tenente interino, “pelo maior bem da Ordem e a reconciliação entre todos os membros, religiosos e leigos”.
D. Angelo Becciu é chamado a cuidar “de tudo aquilo que diz respeito à renovação espiritual e moral da Ordem, especialmente dos membros professos”.
Até o final do seu mandato, isto é, até a conclusão do capítulo extraordinário que elegerá o Grão-Mestre, o delegado será o “porta-voz exclusivo” do Papa em tudo o que diz respeito às relações” entre a Sé Apostólica e a Ordem de Malta, com “todos os poderes necessários para decidir as eventuais questões que possam surgir”.
A nomeação do delegado surge após a renúncia do anterior grão-mestre, Matthew Festing, e a reintegração do grão-chanceler, Albrecht von Boeselager, que tinha sido removido em dezembro de 2016.
Ainda este sábado, dezenas de cartazes, com críticas ao Papa Francisco estiveram expostos durante algumas horas colados em várias ruas de Roma, com uma referência à “decapitação” da Ordem de Malta.
O jesuíta Antonio Spadaro, diretor da revista ‘Civiltà Cattolica’ e colaborador próximo do Papa, reagiu a esta situação na sua página da rede social Facebook, considerando que por trás dos cartazes, sem identificação, estão “pessoas corruptas” e “poderes fortes” incomodados com a ação de Francisco.
O Vaticano não se pronunciou sobre este protesto, que está agora sob investigação das autoridades italianas.
OC