Francisco escreveu mensagem pelo 70.° aniversário da deportação dos judeus de Roma
Cidade do Vaticano, 11 out 2013 (Ecclesia) – O Papa Francisco apelou hoje no Vaticano ao fim do antissemitismo, assinalando o 70.° aniversário da deportação dos judeus de Roma numa audiência a representantes desta comunidade.
“Um cristão não pode ser antissemita. Que o antissemitismo seja banido dos corações e da vida de cada homem e cada mulher”, afirmou, perante uma delegação presidida pelo rabino chefe de Roma, Riccardo Di Segni.
Francisco assumiu a intenção de continuar em Roma a “proximidade e amizade” que manteve com a comunidade judaica de Buenos Aires, a sua terra natal, enquanto arcebispo.
O Papa recordou uma história de diálogo inter-religioso marcada por “incompreensões” e também por “autênticas injustiças”.
“É uma história que, não obstante, conhece há décadas o desenvolvimento de relações amigáveis e fraternas, graças a Deus”, acrescentou, destacando o papel, nesse sentido, da reflexão do Concílio Vaticano II (1962-1965), para a Igreja Católica.
A intervenção evocou a “tragédia comum da guerra” ao referir-se à deportação de mais de mil judeus romanos para o campo de concentração nazi de Auschwitz, a 16 de outubro de 1943, dos quais apenas 16 voltaram às suas casas.
“Recordaremos e rezaremos por tantas vítimas inocentes da barbárie humana, pelas suas famílias. Será também uma ocasião para manter sempre alerta a nossa atenção para que não regressem a Roma e ao resto do mundo, sob qualquer pretexto, a intolerância e o antissemitismo”, declarou.
Segundo o Papa, é uma “contradição” que um cristão seja antissemita porque “as suas raízes também são judaicas”.
Francisco recordou as instituições católicos que, “interpretando a vontade do Papa” Pio XII, abriram as suas portas para acolher judeus para “proteger o irmão que se encontrava em perigo”.
O Vaticano publicou hoje a mensagem do Papa pelo 70.° aniversário da deportação dos judeus de Roma.
“É nosso dever ter diante dos nossos olhos o destino desses deportados, perceber o seu medo, a sua dor, o seu desespero, para não os esquecer, para os manter vivos, na nossa memória e na nossa oração”, escreve Francisco.
OC
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