Francisco dedica audiência geral a visita apostólica na Hungria, convidando a «construir pontes»
Cidade do Vaticano, 03 mai 2023 (Ecclesia) – O Papa recordou hoje no Vaticano a Mensagem de Fátima, no mês em que se assinalam as primeiras das Aparições de 1917, no dia 13 de maio, apelando à oração pela paz.
“No início deste mês de maio, recordo o pedido de Nossa Senhora de Fátima aos três pastorinhos: ‘Rezem o terço todos os dias pela paz no mundo e pelo fim da guerra’. Também eu vo-lo peço: rezai o terço pela paz”, disse aos peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, para a audiência pública semanal.
“Que Maria, Mãe de Jesus e nossa Mãe, nos ajude a construir caminhos de encontro e veredas de diálogo, e nos dê a coragem de os percorrer sem demora”, acrescentou, ao saudar os peregrinos de língua portuguesa.
No início do encontro, na Praça de São Pedro, Francisco falou da sua mais recente viagem internacional, que decorreu na Hungria, entre sexta-feira e domingo, deixando um apelo a “construir pontes de paz entre diferentes povos”.
“Esta é, em particular, a vocação da Europa, chamada como ponte de paz a incluir as diferenças e a acolher quantos batem às suas portas. Neste sentido, é bela a ponte humanitária criada para tantos refugiados da vizinha Ucrânia, que pude encontrar, admirando também a grande rede de caridade da Igreja húngara”, observou.
O Papa resumiu os seus três dias de passagem por Budapeste com duas imagens, “as raízes e as pontes”, que ajudam a “superar o risco do derrotismo e o medo do amanhã”.
“Vi tantas pessoas humildes e diligentes conservar com orgulho o vínculo com as suas raízes. E entre estas raízes, como salientaram os testemunhos durante os encontros com a Igreja local e com os jovens, estão sobretudo os santos: santos que deram a vida pelo povo”, assinalou.
A intervenção evocou, em particular, a “perseguição ateia do século XX”, na qual os cristãos foram “atingidos violentamente”, com a morte ou privação da liberdade.
“Na Hungria, esta opressão comunista foi precedida pela opressão nazi, com a trágica deportação de uma grande população judaica”, prosseguiu.
A este respeito, o Papa evocou o 92.º aniversário da poeta húngara Edith Bruck, que “passou por todas estas provações e fala aos jovens da necessidade de lutar por um ideal”.
Francisco considerou que as ameaças à liberdade se apresentam, hoje, sob a forma de um “consumismo que anestesia”.
“Trata-se de um problema que diz respeito a toda a Europa, onde estão em crise o dedicar-se ao próximo, o sentir-se comunidade, a beleza de sonhar em conjunto e de criar famílias numerosas”, advertiu.
O Papa confessou-se impressionado com a importância da música na cultura húngara, recordando em particular a sua passagem por uma casa para jovens com deficiência, que cantaram “Viva a música!”.
“Isto significava: viva a harmonia, viva a fraternidade, que dá esperança e alegria à vida”; precisou.
A reflexão destacou ainda a devoção dos católicos húngaros à Virgem Maria.
“Portanto, confiemos à Rainha da Hungria aquele querido país, confiemos à Rainha da paz a construção de pontes no mundo, à Rainha do Céu, que aclamamos neste tempo pascal, confiemos o nosso coração para que se enraíze no amor de Deus”, apelou, antes de deixar um pedido de oração pelas vítimas da guerra na Ucrânia.
OC