Oração do «Regina Caeli», que marca o tempo pascal, convidou ao testemunho «sem proselitismo» e lembrou a Irlanda do Norte e a «atormentada Ucrânia»
Cidade do Vaticano, 10 abr 2023 (Ecclesia) – O Papa Francisco disse hoje durante a oração do «Regina Caeli» que a forma de encontrar “Jesus” implica a sua procura, “sem medo” e sem “angústia”.
Francisco recordou, a partir do Evangelho do dia de hoje, a vontade das mulheres irem cuidar do corpo de Jesus: “Como todos os discípulos, também eles sofriam pela forma como a história de Jesus parecia ter terminado; mas ao contrário dos outros, não ficaram em casa paralisados pela tristeza e pelo medo: de manhã cedo, ao nascer do sol, foram honrar o corpo de Jesus carregando unguentos aromáticos. A sua vontade de realizar esse gesto de amor prevalece sobre tudo. Não desanimam, saem dos seus medos e das suas angústias. Esta é a maneira de encontrar o Ressuscitado: saiam dos nossos medos, saiam da nossa angústia”, relatou.
As mulheres foram as primeiras a ver “Jesus” porque não tiveram medo, assinalou antes do «Regina Caeli», oração mariana própria do tempo pascal, segundo a Sala de Imprensa da Santa Sé.
O Papa Francisco pediu aos fiéis e peregrinos reunidos na Praça de São Pedro nesta manhã, que não tenham medo de anunciar Jesus, porque com o anúncio, dá-se o encontro.
“Por vezes pensamos que a maneira de ficarmos perto de Deus é mantê-lo perto de nós; porque então, se nos expomos e começamos a falar sobre isso, chegam-nos julgamentos, críticas, talvez não saibamos responder a certas perguntas ou provocações, e então é melhor não falar sobre isso e fecharmo-nos: não, isto não é bom! Em vez disso, o Senhor vem à medida que O proclama. Encontra-se sempre o Senhor no caminho da proclamação”, assumiu.
Francisco sublinhou a importância de partilhar as boas notícias porque, indicou, partilhá-la com os outros é uma forma de a aumentar pessoalmente também, mas advertiu contra o proselitismo: “Proclamar é uma coisa, fazer propaganda e proselitismo é outra”.
Após a oração, o Papa Francisco recordou ainda os 25 anos sobre o Acordo de Belfast, que “pôs fim à violência” de vários anos na Irlanda do Norte e também a “atormentada Ucrânia”, invocando “o dom da paz para todo o mundo”.
“Num espírito de gratidão, rezo ao Deus da paz para que o que foi alcançado nessa passagem histórica possa ser consolidado para benefício de todos os homens e mulheres da ilha da Irlanda”, pediu.
Francisco agradeceu também as orações e a todos quantos “enviaram expressões de bons votos”.
LS