Santo André Kim Taegon (1821-1846), mártir, estudou em Macau
Cidade do Vaticano, 24 mai 2023 (Ecclesia) – O Papa recordou hoje no Vaticano o exemplo missionário do primeiro sacerdote coreano, Santo André Kim Taegon (1821-1846), mártir, que estudou em Macau.
“Santo André Kim e os outros fiéis coreanos demonstraram que o testemunho do Evangelho oferecido em tempos de perseguição pode dar muitos frutos para a fé”, disse, na audiência pública semanal que decorreu na Praça de São Pedro.
O jovem sacerdote foi vítima da perseguição religiosa contra os cristãos, durante a Dinastia Joseon, tendo sido condenado à morte por decapitação, em 1846.
André Kim, o seu pai e outros 101 mártires foram proclamados santos por João Paulo II em 1984, por ocasião do segundo centenário da fundação da Igreja Católica na Coreia.
Outros 124 católicos foram beatificados pelo Papa Francisco a 16 de agosto de 2014, durante a sua viagem apostólica à Coreia do Sul.
“A evangelização da Coreia foi feita por leigos”, destacou Francisco, no início da audiência geral desta manhã.
O Papa recordou que, no contexto de uma “severa” perseguição religiosa, Santo André Kim tinha de dirigir-se discretamente aos outros membros da comunidade católica, em público e em voz baixa, perguntando “és discípulo de Jesus?”, a expressão que “resumia toda a identidade do cristão”.
Francisco aludiu ainda ao desafio que representava para o primeiro padre coreano “acolher secretamente os sacerdotes missionários provenientes do estrangeiro”, dado que o regime político do tempo “proibia terminantemente” a sua entrada.
O Papa elogiou a “coragem de levantar-se”, quando se cai, fisicamente ou espiritualmente.
“Por mais difícil que possa ser a situação, aliás, às vezes parece não deixar espaço à mensagem evangélica, não devemos desistir e não podemos deixar de levar em frente o que é essencial na nossa vida cristã, isto é, a evangelização. Este é o caminho”, apelou.
Apontando à solenidade do Pentecostes, que a Igreja celebra no próximo domingo, Francisco convidou os católicos a pedir ao Espírito Santo “a graça da coragem apostólica, de evangelizar, de levar sempre em frente a mensagem de Jesus”.
No final do encontro, o Papa saudou os peregrinos de língua portuguesa, especialmente o grupo de vindos de Bragança.
“Queridos irmãos e irmãs, é o Senhor que nos sustenta no anúncio do Evangelho. Oxalá possais sentir sempre o conforto do Seu Espírito, que reconstrói a harmonia entre nós e nos abre novos caminhos de evangelização. Que Nossa Senhora proteja cada um de vós e vossas respetivas famílias”, declarou.
Francisco recordou ainda, como tem feito nestas intervenções públicas, a guerra na Ucrânia.
“Todos sentimos tristeza pela martirizada Ucrânia, sofre-se tanto, lá, não a esqueçamos. Rezemos hoje a Maria Auxiliadora, para que esteja próxima do povo ucraniano”, concluiu.
OC