Vaticano: Papa está «entristecido» com pedofilia mas sublinha que Igreja é mais do que abusos sexuais

Presidente do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais diz que mensagem de Fátima é essencial para o jornalismo católico

Fátima, Santarém, 30 set 2011 (Ecclesia) – O responsável do Vaticano pelas comunicações sociais, o arcebispo D. Claudio Maria Celli, disse hoje em Fátima que Bento XVI está triste com os abusos sexuais de menores mas sublinha que o catolicismo não se resume à pedofilia.

“O meu coração está entristecido por estes acontecimentos mas a Igreja não é só isto”, afirmou o Papa ao prelado, a propósito dos “momentos difíceis” que as instituições eclesiais atravessam.

Diante de uma situação que “pesa” sobre os fiéis, “a Igreja tem de mostrar a presença do rosto de Cristo”, declarou D. Claudio Celli na missa que abriu o segundo e último dia das Jornadas Nacionais de Comunicações Sociais, organizadas pela Igreja Católica.

A homilia do arcebispo de 70 anos foi marcada pelas reflexões desta que é a sua primeira visita ao santuário da Cova da Iria, nomeadamente as mensagens deixadas nas primeiras aparições do anjo e da Virgem Maria aos pastorinhos, respetivamente em 1916 e 1917.

Depois de salientar que “neste tempo de ditadura do relativismo, como diz o Papa, há que recuperar o sentido profundo da presença de Deus na nossa vida”, o responsável meditou sobre a oração “meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-vos”, que o anjo ensinou a Jacinta, Francisco e Lúcia, de acordo com o testemunho escrito desta.

“São verbos que marcam um sentido de vida e um caminho interior”, apontou D. Claudio Celli, acrescentando que os bispos também se defrontam com o “problema” de se deixarem “levar pelas coisas do mundo”, esquecendo a “orientação fundamental do ser humano”.

A importância da espiritualidade no desempenho profissional dos jornalistas católicos foi também acentuada pelo prelado na recordação da primeira aparição mariana às crianças, quando a Virgem lhes disse que era “do céu” e Lúcia lhe perguntou o que queria dela.

“Para nós que trabalhamos no campo imenso da comunicação, estas palavras têm de ressoar profundamente”, frisou o presidente do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais, acrescentando que as aparições de Fátima ajudam o ser humano “a regressar ao fundamental da vida”.

“Até que ponto estas orientações guiam o meu caminho profissional?”, questionou D. Claudio Celli, vincando que os católicos foram “enviados para comunicar” e que se a Igreja “não comunica com o mundo, então não é Igreja”.

As Jornadas de Comunicação Social, dedicadas ao tema ‘Era digital: Revolução na cultura e na sociedade’, estão a ser transmitidas em direto no portal Sapo, que disponibiliza uma página em tempo real no seu site de vídeos, e em http://www.ecclesia.pt/jornadas2011/.

O encontro prossegue esta manhã com a conferência ‘Era digital e comunicação na Igreja Católica’, proferida por D. Claudio Celli, que seguidamente dialoga com as cerca de 100 pessoas inscritas no encontro.

RJM

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