Vaticano: Papa envia saudação às gentes do Mar

Santa Sé assinala dia internacional com mensagem dedicada ao impacto da pandemia

Cidade do Vaticano, 12 jul 2020 (Ecclesia) – O Papa assinalou hoje no Vaticano o Dia Internacional do Mar, no qual a Santa Sé recordou o impacto da pandemia de Covid-19 sobre os profissionais do setor.

“Dirijo uma saudação afetuosa a todos os que trabalham no mar, especialmente os que estão longe dos seus entes queridos e do seu país”, disse Francisco, desde a janela do apartamento pontifício, após a recitação da oração do ângelus.

No “Domingo do Mar”, o Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral (Santa Sé) enviou aos capelães católicos, voluntários e simpatizantes do Apostolado do Mar uma mensagem de agradecimento, sublinhando as dificuldades que a emergência sanitária tem levantado para os profissionais de todo o mundo.

“Temos relatos de muitos marítimos com condições médicas graves e com risco de vida, não relacionados a Covid-19. Eles precisam de atendimento médico urgente nos hospitais locais, tratamento que, infelizmente, lhes foi negado ou atrasado até que precisassem ser transportados em macas para tais hospitais”, assinala o texto assinado pelo prefeito do organismo, cardeal Peter Turkson.

O colaborador do Papa assinala que o confinamento não se aplicou à indústria marítima, “acrescentando uma infinidade de desafios” à vida dos trabalhadores, “já por si problemática, colocando-os na vanguarda da luta contra o coronavírus”.

“Os navios que transportam cerca de 90% dos produtos que nos são necessários para continuar a viver normalmente nessas circunstâncias difíceis, como os produtos farmacêuticos e os equipamentos médicos, continuaram a navegar”, indica.

Infelizmente, temos de lamentar o facto de que, enquanto os marítimos, com dedicação e às custas de enormes sacrifícios pessoais, estão a trabalhar para manter as cadeias de abastecimento em funcionamento, alguns armadores, agências de recrutamento e gerentes sem escrúpulos usam a desculpa da pandemia para revogar as suas obrigações para com eles, recusando-se a garantir os  direitos laborais, salários adequados e a promoção de ambientes de trabalho seguros para todos”.

A Santa Sé fala numa situação sem “precedentes”, com marinheiros fechados nos navios, em quarentena, e outros em terra, à espera de poder voltar ao mar, passando a depender de instituições de caridade para as suas necessidades básicas.

O texto alerta para as consequências mentais desta situação, com tentativas de suicídio, e no impacto económico, com perda “total” de rendimento para muitas famílias, além do perigo representando pelo fenómeno da pirataria.

O cardeal Turkson evoca “o papel fundamental desempenhado pelos marítimos na economia global, um papel de grande importância e necessidade, que organizações e instituições tentaram enfatizar durante a crise causada pela Covid-19”.

“O Domingo do Mar é uma oportunidade para reavaliarmos o papel dos marítimos e lembrar alguns dos problemas que afetam negativamente as suas vidas e que agora são agravados pela suspeita e pelo medo de contágio”, acrescenta.

A mensagem destaca ainda o impacto da pandemia nos cruzeiros, um setor que “tentou freneticamente encontrar o modo de conter a difusão da infeção entre os passageiros e a tripulação de navios que se tornaram incubadoras da Covid-19”.

O prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral anuncia que, em agosto, a intenção da oração universal do Papa vai manifestar “a grande preocupação” de Francisco “pela humanidade e a missão da Igreja é dedicada ao mundo marítimo”.

“As comunidades católicas do mundo serão convidadas a rezar por todos aqueles que trabalham e vivem no mar, incluindo marítimos, pescadores e as suas famílias”, adianta.

OC

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