«A possessividade é inimiga do bem e mata o afeto» – Francisco
Cidade do Vaticano, 07 dez 2022 (Ecclesia) – O Papa disse hoje no Vaticano que só pode existir amor com liberdade, alertando para o impacto do sentimento de posse em situações de violência doméstica.
“A possessividade é inimiga do bem e mata o afeto: os numerosos casos de violência no âmbito doméstico, de que infelizmente temos notícias frequentes, surgem quase sempre da pretensão de possuir o afeto do outro, da busca de uma segurança absoluta que mata a liberdade e sufoca a vida, tornando-a um inferno”, alertou, na audiência pública semanal, que decorreu no Auditório Paulo VI.
“Só podemos amar na liberdade, e foi por isso que o Senhor nos criou livres, livres até para lhe dizer não”, acrescentou.
A reflexão de Francisco prosseguiu o ciclo de catequeses sobre o discernimento espiritual, abordando a importância de dar tempo à tomada de decisão.
“O tempo é um critério fundamental para reconhecer a voz de Deus em meio a tantas outras vozes. Somente Ele é o Senhor do tempo: é o selo de garantia da sua originalidade, que o diferencia das imitações que falam em seu nome, sem sucesso”, indicou.
O Papa falou também dos momentos que se seguem a uma tomada de decisão, para captar “os sinais que a confirmam ou aqueles que a desmentem”.
“Um dos sinais distintivos do espírito bom é que ele comunica uma paz que perdura no tempo. Uma paz que traz harmonia, unidade, fervor, zelo”, referiu.
Francisco apresentou o temor de Deus, que “afugenta todos os outros temores”, como “condição indispensável para acolher o dom da sabedoria”.
“Peçamos, por intercessão da Virgem Maria, a graça de saber tomar boas decisões para levar uma vida de santidade sob o olhar de Deus e no amor ao próximo”, concluiu.
Após a audiência, o Papa deslocou-se à Praça de São Pedro, para uma visita ao presépio ali inaugurado no último sábado.
OC