Vaticano: Papa diz que cuidar dos marginalizados é promover «mudança real»

Francisco concedeu entrevista a publicação de profissionais de saúde na Itália

Cidade do Vaticano, 07 dez 2021 (Ecclesia) – O Papa disse numa entrevista publicada hoje, na Itália, que qualquer “mudança real” na sociedade começa pelo cuidado dos que estão à margem.

“Apenas quando voltarmos a preocupar-nos sobretudo com os marginalizados daremos sinais de mudança real”, sustenta Francisco, numa conversa publicada pela revista ‘50mila volti’, editada pela Cooperativa OSA – Profissionais da Saúde Associados.

“Quando trabalharmos para que já não haja um conflito geracional e encontrarmos a coragem de reunir os jovens e os adultos, as crianças e os idosos, só então experimentaremos uma nova qualidade de vida na sociedade”, acrescenta.

O Papa encoraja o trabalho de todos os profissionais de saúde e fala da ajuda que oferecem a muitas pessoas, ajudando-as a “superar a sua escuridão, a não se sentirem sozinhas”.

Francisco aponta a “ternura” como uma das dimensões que ajuda a dar mais valor ao cuidado.

“A ternura manifesta proximidade, não apenas através da competência, mas acima de tudo através da participação na vida concreta das pessoas. É uma proximidade entendida como partilha, cuidado e amor”, realça.

Espero que a grande provação que vivemos na pandemia nos tenha feito sonhar com uma nova proximidade entre todos. Uma nova ternura”.

A entrevista identifica as crianças e os idosos como “principais cidadãos das periferias existenciais” de uma sociedade que se concentra na produtividade.

“As suas vidas são entendidas como inúteis. Acredito, pelo contrário, que o encontro geracional entre crianças e idosos deve ser preenchido por uma cultura que saiba unir e integrar este tipo de fragilidade”, sustentou.

A cooperativa OSA auxilia as pessoas a domicílio, opção elogiada pelo Papa, por ajudar a viver a experiência da dor e da doença “num ambiente certamente mais acolhedor, mais humano”.

A última pergunta aborda a relação com a dor e a morte.

“Quanto mais sofremos, mais sentimos que também precisamos de um cireneu para nos ajudar a carregar nossa Cruz”, refere Francisco.

OC

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Agência ECCLESIA

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