Francisco encerrou congresso mundial de «rede de escolas pelo encontro»
Cidade do Vaticano, 05 fev 2015 (Ecclesia) – O Papa Francisco utilizou hoje a internet para falar com jovens com deficiências e necessidades educativas especiais de vários países, que apresentou como um “tesouro” para a sociedade.
“Vocês ajudam-nos a compreender que a vida é um belo tesouro que só tem sentido se a dermos”, declarou, numa ligação com jovens do Brasil, Estados Unidos, Espanha e Índia, no âmbito do encerramento do 4.º congresso mundial das ‘Scholas Ocurrentes’, rede de escolas pelo encontro, uma iniciativa patrocinada pelo Papa que congrega 400 mil escolas dos cinco continentes.
Segundo Francisco, o tesouro de cada um deve “partilhar-se” com os outros, para que se “multiplique”.
“Todos vocês têm um cofre, uma caixa, e dentro há um tesouro. O vosso trabalho é abrir caixa”, disse aos jovens.
“Não escondam o tesouro que cada um tem”, acrescentou.
O encontro contou com uma ligação em direto a Moçambique, onde o projeto ‘Scholas’ permitiu equipar com material informático uma escola secundária com mais de mil alunos, que agradeceram ao Papa, em português.
O diretor da instituição convidou Francisco a visitar Moçambique, ao que o Papa respondeu: “Oxalá possa ir”.
O projeto ‘Scholas Ocurrentes’, com sede Academia Pontifícia das Ciências, usa a tecnologia, a arte e o desporto para promover a integração social e a cultura do encontro nas escolas.
Centenas de responsáveis de várias escolas, não apenas confessionais ou católicas, estiveram reunidas desde segunda-feira no Vaticano para debater o tema ‘Responsabilidade Social educativa. Uma responsabilidade de todos’.
Durante a videoconferência, Francisco sublinhou o Papel deste projeto para fomentar a comunicação e “construir pontes”.
“Quando não comunicamos, ficamos sozinhos com as nossas limitações, e isso faz-nos mal”, alertou.
Um dos jovens perguntou ao Papa como é que enfrenta uma dificuldade e Francisco disse que o segredo é “ficar calmo” e “procurar formas de a vencer, de a superar”.
“Não devemos nunca assustar-nos com as dificuldades, somos capazes de as superar todas: só é preciso tempo para a compreender, inteligência para procurar o caminho e coragem para avançar, mas nunca assustar-se”, precisou.
Francisco conversou Isaías, Manoj, Pedro, Isabel, Bautista, Alicia e Elvira, fazendo perguntas sobre a vida de cada um destes jovens e crianças com deficiência, confessando, durante os diálogos, que não tem muita apetência para os computadores.
Entre as entidades que se associaram ao projeto estava o Futebol Clube Barcelona, com uma comitiva liderada pelo seu presidente, Josep Maria Bartomeu, e pelo vice-presidente para a área social, Jordi Cardoner.
Os responsáveis assinaram um acordo de cooperação para “desenvolver projetos educativos e fomento dos valores entre os mais jovens".
Francisco disse aos presentes que uma das suas preocupações é promover a "harmonia", criando "entendimentos" e "valorizando as diferenças".
O Papa lamentou que se tenha "quebrado" o pacto educativo, porque todas as instituições "delegam a educação" nos docentes, "mal pagos", que carregam sozinhos esta responsabilidade.
"Não vamos mudar o mundo sem mudar a educação", sustentou.
Francisco convidou todos a procurar na sua história a "beleza" que funda cada país, na arte, na música, na cultura, para ajudar as crianças a construir um novo futuro.
A plataforma social da ‘Scholas Ocurrentes’ conta atualmente com 400 mil escolas dos cinco continentes, com uma média de 500 alunos em cada uma.
A ‘Scholas.social’ conta com o apoio de empresas como Google, Globant e Line 64 e foi lançada inicialmente em inglês, italiano e espanhol.
CB/OC