«A vossa profecia hoje é ainda mais importante, para combater a cultura do descarte» – Francisco
Cidade do Vaticano, 02 out 2021 (Ecclesia) – O Papa Francisco afirmou hoje que “a diversidade é riqueza” na audiência ao movimento ‘Fé e Luz’, pelos seus 50 anos que são uma oportunidade de olhar para o futuro e para os frutos que a Igreja ainda espera.
“A vossa profecia hoje é ainda mais importante, para combater a cultura do descarte e recordar a todos que a diversidade é uma riqueza e que nunca se deve tornar motivo de exclusão e de discriminação”, disse Francisco à delegação do movimento, na Sala Clementina.
O Papa encorajou os membros de ‘Fé e Luz’ a avançar, “com a força do Espírito Santo”, com a sua presença “acolhedora”, no contexto dos que na sua pequenez e fragilidade são esquecidos e excluídos, na Igreja e no mundo.
“Que as vossas comunidades sejam sempre lugares de encontro, promoção humana e de festa para todos os que ainda se sentem marginalizados e abandonados; E um sinal de esperança, para que ninguém se feche em si mesmo, na tristeza e no desespero”, acrescentou.
Francisco convidou o movimento a adotar o estilo evangélico do fermento dentro das comunidades cristãs, sem se isolarem, nem fechar, mas participando na vida da Igreja, nas paróquias, e nos bairros, levando a esperança e testemunhando a opção de Deus pelos últimos, os pequeninos, os excluídos.
A partir do logotipo do Movimento ‘Fé e Luz’, que tem um barco num mar agitado, o Papa recordou que na pandemia Covid-19 estão todos no mesmo barco, e confirmo-os no empenho de serem, “nas tempestades que as pessoas e as famílias vivem, um pequeno barco onde todos possam encontrar lugar”.
“Na certeza de que neste mesmo barco está o Senhor Jesus”, observou.
O Papa recordou que passaram 50 anos desde a peregrinação a Lourdes (França), na Páscoa de 1971, onde foram convidadas pessoas com deficiência mental, as suas famílias e muitos amigos, e começou a experiência do movimento ‘Fé e Luz’, o nascimento das comunidades onde celebram “a alegria, a reconciliação e a comunhão recíproca.
“A luz e a força do Senhor ressuscitado deram esperança a muitas pessoas que se sentiam excluídas e rejeitadas, às vezes mesmo na Igreja”, salientou, referindo que o Espírito Santo tem acompanhado o caminho do movimento e surgiram muitas comunidades ‘Fé e Luz’ nos cinco continentes, uma presença que é e foi uma profecia.
O Movimento Fé e Luz, que tem na sua génese o cuidado com as pessoas com deficiência intelectual, também as suas famílias, nasceu em 1971 em França, através da ação de dois leigos: o filósofo e teólogo Jean Vanier e a professora francesa Marie Helene Mathieu.
A primeira comunidade ‘Fé e Luz’ em Portugal surgiu ligada à Paróquia da Ajuda, Patriarcado de Lisboa, em 1976, com o nome de ‘Nossa Senhora das Candeias’.
CB