Francisco abençoou 257 famílias Caminho Neocatecumenal que partem para todo o mundo
Cidade do Vaticano, 18 mar 2016 (Ecclesia) – O Papa Francisco recebeu em audiência cerca de sete mil membros de membros do Caminho Neocatecumenal, por ocasião das 50 novas missões 'ad gentes', compostas por cerca de 257 famílias de cinco continentes que são enviadas para a evangelização.
“A Igreja não é um instrumento para nós mas nós somos a Igreja, uma Igreja que é Mãe. Não somos um grupo que segue baseando-se nas suas ideias mas uma Mãe que transmite a vida recebida de Jesus", disse o Papa Francisco.
Sublinhando que “a comunhão é essencial”, o Papa alertou que o “inimigo de Deus e do homem” é o diabo que pode “fazer muito mal à Igreja tentando a humanidade” de cada pessoa: “Provoca a presunção, o julgamento, as divisões.”
“Ele é ‘o divisor’ e muitas vezes começa com a gente a acreditar que somos bons, talvez melhor do que outros. É tentador para todas as comunidades e também pode surgir nos mais belos carismas da Igreja”, desenvolveu.
O Papa destacou que cada carisma é “uma graça de Deus” para intensificar a comunhão mas pode deteriorar-se quando fecham-se ou gloriam-se.
“Quando você quer distingui-lo dos outros. Então temos que mantê-lo”, alertou, pedindo que se mantenham na estrada da “unidade, humilde e obedientes”.
“Uma Igreja fecunda que vive na unidade radicada na fonte do Espírito Santo”, sublinhou.
Na Sala Paulo VI, Francisco contextualizou, sobre a palavra ‘glória’, que Jesus previu que ia ser ‘glorificado’ na cruz”” mas alertou que “não é” a glória que se manifesta quando a pessoa “é importante, admirado, quando tem ativos e sucesso”.
“Uma glória paradoxal, sem ganhos nem aplausos, que se revela na cruz e torna o Evangelho fecundo”, observou.
“Assim também é frutífera a Mãe Igreja quando se imita o amor misericordioso de Deus, que é proposto e nunca se impõe. Ele é humilde, age como a chuva sobre a terra, como o ar que respiramos, como uma pequena semente que dá frutos em silêncio. Quem proclama que o amor só pode fazê-lo com o mesmo estilo de amor”, exemplificou.
No seu discurso, o Papa assinalou que “Deus amou tanto o mundo que enviou Jesus”, por isso, pediu às famílias missionárias que mostrem o “olhar terno do Pai” e que considerem “um dom” as realidades que vão encontrar.
“Vocês vão conhecer tantas cidades, tantos países. Deus não é atraído pelo mundanismo, na verdade, detesta, mas ama o mundo que criou e ama os seus filhos como eles são, onde quer que vivam, mesmo que estejam ‘longe’’, comentou.
“A boa notícia a anunciar não deve ser doutrina fria e sem vida. Evangelizar como famílias vivendo a unidade e a simplicidade é já um anúncio de vida, um belo testemunho”, referiu ainda Francisco sobre a palavra “mundo”.
O Papa observou ainda que “a vida em países distantes, noutras culturas, não vai ser fácil” mas é a “missão” destas famílias e pediu que se “familiarizem com as culturas, línguas e respeitem os costumes locais”.
Às 257 famílias, membros do Caminho Neocatecumenal, que aceitaram o “chamamento para evangelizar” e vão partir em missão pediu que o Senhor os abençoe “pelo dom do caminho e pelo dom de cada um”.
“Eu vou ficar aqui, mas o meu coração ir com você”, concluiu, no encontro de festa e muitos cânticos tão característicos desse movimento.
O Caminho Neocatecumenal nasceu há 50 anos em Espanha, por iniciativa do pintor e músico Kiko Argüello e da missionária Carmen Hernández e é reconhecido pela Igreja Católica como um itinerário de formação católica válido para a sociedade e os dias de hoje.
CB